
As novas autoestradas do turismo
AS NOVAS AUTOESTRADAS DO TURISMO
Inaugurou-se no passado dia 2 de Maio mais um novo percurso turístico.
Trata se de “NA ROTA DAS MINAS DA PRATA E DO OURO”, classificada de grande rota. Liga por trilhos e caminhos rurais os concelhos de Sardoal e Vila de Rei.
São cerca 30 Kms que permitem o conhecimento das mais belas paisagens destes concelhos para além de proporcionarem uma saudável caminhada com um perfil muito completo que irá satisfazer todos os que os realizarem.
Esta iniciativa é o resultado de uma parceria entre as duas autarquias e espera-se a sua contribuição para o processo de desenvolvimento turístico em que as mesmas estão empenhadas-
Os percursos pedestres são as novas autoestradas do turismo.
Seja por pequenas ou grandes rotas são um precioso ativo para o conhecimento de sítios e áreas quase sempre fora dos principais circuitos turísticos. Portugal oferece já, de norte a sul, milhares de Kms de percursos pedestres rurais devidamente sinalizados e com suficientes suportes de informação para a sua utilização em boas condições de segurança e orientação e em que constam dados sobre alojamento e restauração e outros sobre fauna e avifauna, espécies florestais etc.
Sendo uma área de exploração turística relativamente recente e que se rege por conceitos e regras específicas, nomeadamente as que respeitam à manutenção, sinalética e elementos informativos, exige às autarquias em que se situam, uma política de sensibilidade apurada para este fenómeno, pois as potencialidades para as economias locais são muito interessantes, requerendo o marketing associado a maior atenção.
Voltando ao início deste artigo, deseja-se que a cooperação intermunicipal frutifique criando as condições para a existência nesta região de uma verdadeira rede de percursos pedestres de qualidade.
Há, presentemente, em consequência da excessiva vivência urbana um sentimento muito forte virado para a Natureza. É uma onda que veio para ficar e que seria lamentável não aproveitar.
Em tempo: uma das iniciativas mais importantes neste domínio, “A Grande Rota do Zêzere” teima inexplicavelmente por se concluir. É inconcebível que uma obra com um orçamento de mais de um milhão de euros se mantenha ano após ano em estado vegetativo.
A propósito recomenda-se vivamente a eventuais interessados a leitura da notícia do jornal “O PÚBLICO” de 12 do corrente relativamente à inauguração do Museu dos Coches.
Um texto para reflectir que revela que para os lados de Belém há maior lucidez e sentido pragmático do que para outras paragens.
Decisões e sentido de responsabilidade aguardam-se… com muita impaciência.
- Eduardo Lyon de Castro, Colunista especializado em Turismo
