Civismo e Todo-o-Terreno

CIVISMO E TODO-O-TERRENO

No próximo mês de junho o concelho de Vila de Rei será palco de uma prova automobilística em que estarão presentes os melhores pilotos.

Trata-se da BAJA TT DO PINHAL prova a contar para o Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno.

Serão percorridos cerca de 60 kms de estradões e caminhos de terra, em que houve a necessidade de executar alguns trabalhos de limpeza e correção de piso danificado pela chuva, no sentido de proporcionar as melhores condições para o bom êxito deste acontecimento.

Como é natural, esperam-se alguns milhares de entusiastas desta modalidade a que se juntarão certamente muitos locais. Como prova de velocidade que é, a BAJA TT DO PINHAL coloca várias questões, nomeadamente as relacionadas com a segurança dos concorrentes e do público e daí, o cuidado posto neste tema pela organização e pelo Município que para além das recomendações que divulgam, solicitam também um elevado espirito cívico de respeito pelas mesmas.

A prática do TT em Portugal é intensa e praticamente comum em todo o país. Raro é o fim-de-semana em que não se verifica atividade seja na vertente de lazer, seja na vertente de competição, e neste contexto Vila de Rei é terra de eleição.

Entusiasta desta modalidade desde o seu início em Portugal, já lá vão quase quarenta anos, acompanho com interesse todas as questões relacionadas desde as ambientais à segurança, ao respeito pela propriedade e outras.

Embora alguma legislação existente regule a prática do Todo-o-Terreno, há pormenores importantes que escapam à lei e que são deixados ao critério dos organizadores dos eventos.

Com o objetivo de facilitar a orientação e progressão das viaturas recorre-se quase sempre à colocação, por vezes excessiva, de fitas de marcação. Por outro lado verifica-se também a construção de pequenas pontes muitas vezes como recurso a material existente no local a que acresce a passagem de propriedade privada sem a prévia autorização dos seus proprietários. Tudo isto configura ausência de civismo que é urgente corrigir.

O Todo-o-Terreno tem sido um fator de conhecimento mais íntimo do país, designadamente das regiões do interior, e em muitos casos concorre de forma positiva para a sua economia. É uma atividade salutar por se desenvolver em meio natural e ser propiciadora de convívio social, mas não deve ser razão para menor respeito pelo ambiente e pela propriedade.

Neste sentido fica um desejo e um apelo aos organizadores, praticantes e público para que não deixem a sua “pegada”, restituindo ao território que utilizam a imagem original, até para evitar que surja legislação radical contrária à modalidade. Lembramos que em muitos países europeus o Todo-o-Terreno está fortemente condicionado. Portugal é ainda um paraíso. Conservemo-lo.

todo o terreno

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  • Eduardo Lyon de Castro, Colunista do Jornal de Vila de Rei
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