Ano da esperança renovada

Ano da esperança renovada

Os portugueses não têm motivos para grande otimismo, mas devem encarar 2017 como o “Ano da Esperança Renovada”, que é imprescindível para que o nosso país descole da pobreza que atingiu grande parte da sua população.

Portugal regrediu em padrões essenciais para o nosso desenvolvimento; para o qual contribuiu a fraca educação dos portugueses e alguma falta de patriotismo.

A Nação portuguesa perdeu numa única geração (25 anos), muito do prestígio e respeito acumulados ao longo da sua História.

Aos deserdados da “democracia” que são os milhões de pobres existentes no nosso país, ainda lhes resta uma ténue expectativa de que o futuro lhes seja um pouco mais promissor; essa decisão ainda continua nas mãos de quem há mais de 40 anos tem ditado a sua sorte.

Portugal tem sido governado pelos mesmos partidos políticos, que o sujeitaram a uma maré de imprevisibilidade e de interesses, a que se junta alguns fatores externos.

Muitas das Instituições que têm a cobertura de constitucionalidade, estão há muito tempo desenquadradas da realidade portuguesa, funcionando como um entrave à nossa recuperação económica; que é fundamental para dar esperança às nossas crianças e às futuras gerações.

A nossa sociedade está dividida entre ricos e pobres, com os últimos em manifesta desvantagem; em consequência das políticas económicas e sociais, que têm sido ajustadas às teorias partidárias; nunca existindo um consenso de convergência para dar esperança às nossas crianças que continuam a ser as mais pobres da Europa Ocidental; uma marca negativa para quem nos representa lá fora, e também os nossos emigrantes que muito dignamente representam o seu país. Do atual governo que é sustentado por dois partidos que não o integram não haverá muito que esperar; se os dois principais partidos portugueses PSD/PS continuarem em conflito de interesses, que tem sido uma barreira à nossa recuperação.

Um entendimento entre estas duas forças políticas, é o único caminho para erradicar a pobreza em Portugal.

O país começou a crescer; mas é um crescimento tímido e envergonhado, onde é notória a habilidade governativa; todas as semanas, venho ao mundo rural e das pescas na zona do litoral Oeste, onde a atividade é em grande parte assegurada pela 3ª idade porque os jovens emigraram; alguns já estão desatualizados, pouco produtivos e sem recursos para aquisição de maquinaria nova. 

É urgente uma dinâmica que desperte os portugueses para o trabalho e a produtividade, complementados de incentivos materiais; o atual governo não deve apenas preocupar-se com os que têm um pouco mais, mas implementar medidas para nivelar para cima os que têm menos; e não esconder as verdadeiras causas da pobreza em Portugal; que têm rosto, nomes e destinatários; muitos deles integravam até há poucos anos a classe média do nosso país; que é a mais produtiva, e a que pode assegurar a sustentabilidade de um Portugal mais próspero e justo.

O desequilíbrio entre ricos e pobres, está na origem de muito do descontentamento que não beneficia o desenvolvimento do nosso país, que ainda está sufocado por grupos que não abdicam dos privilégios que adquiriram durante anos, acumulado à custa do empobrecimento da grande maioria dos portugueses; se esta situação não for invertida, então a incerteza continuará a sobrepor-se à esperança.

Muitos dos nossos pobres, foram recentemente extraídos à classe média; sendo urgente a sua recuperação, para ajudarem na difícil tarefa de colocar Portugal nos caminhos da sustentabilidade económica, e suporte da enorme dívida pública; onde só os juros (8500 milhões de euros anuais) asfixiam o nosso crescimento.

Os portugueses aguardam que 2017 seja o ano da esperança e da reposição da justiça; a “aliança que governa” é alvo de grandes expectativas, em que tudo estará em jogo.

Se cairmos num outro resgate, será o falhanço total do atual quadro governativo; então Portugal precisará urgentemente de alguém, que reúna a confiança de todos os portugueses; uma figura que consiga reunir tal perfil, terá que surgir da cidadania que somos todos nós.

É urgente devolver a dignidade aos portugueses, são palavras frequentemente ditas por governantes e responsáveis; que por ironia, foram os partidos a que pertencem que colocaram milhões de portugueses na pobreza.

J. Vitorino  – Diretor

 

 

Share