A fábrica de ciência – Imperial College London

A fábrica de ciência – Imperial College London

Imperial College London

As Universidades são os pilares da ciência, do ensino e da investigação mas também de riqueza; e nenhum país consegue acompanhar o desenvolvimento tecnológico atual, se não tiver o suporte de mentes brilhantes que alimentam essas pedras basilares do conhecimento, que é produzido nas melhores instituições de ensino Mundiais.

A rentabilidade de uma Universidade é essencial para o sucesso dos seus investigadores; e nenhuma outra consegue o produto acabado mais apetecido que o Imperial College London, que faz parte do “triângulo dourado” com Cambridge e Oxford, que são no conjunto uma monumental fonte de conhecimento, que  exporta para todo o Planeta ao preço do diamante o seu produto acabado.

A rigorosa seleção e critério dos 17565 alunos (números referentes ao ano letivo de 2016/2017) espalhados por 242 cursos, refletem a dificuldade em se entrar para aquele (clube de iluminados) que entre diversos prémios, se contam 15 na categoria Nobel.

O Imperial College London deixou de fazer parte da Universidade de Londres em 2007, passando a Instituição independente; ao tempo tinha 14.000 alunos vindos de dezenas de países, que só conseguiam entrar com notas elevadíssimas em áreas de difícil acesso; como é o caso da matemática, física teórica, física dos materiais, medicina e tecnologias de ponta.

Depois dos acordos de Bolonha, foram poucos os estudantes portugueses que foram privilegiados com estágios de longa duração no Imperial College, que teve em 2016/17 um orçamento de 1058 milhões de libras; uma quantia superior a todas as Universidades portuguesas no seu conjunto.

É de refletir o esforço que é exigido aos portugueses para manter com um nível aceitável a investigação em Portugal; que tem dado alguns frutos, mas que não são para alimentar os portugueses; porque os melhores qualificados, abandonam quase todos o seu país, em busca de empregos compatíveis com o seu novo estatuto; não lhes sendo oferecidas condições dignas, para ficarem a compensar o que o Estado e seus familiares gastaram na sua formação.

As Universidades portuguesas têm condições para produzirem muita riqueza, e não apenas empregabilidade; a exemplo, só em 2017 o Imperial College exportou em tecnologia 397 milhões de libras do seu produto acabado, que é a investigação e o ensino.

University Imperial College London and Royal Albert Hal

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco Veloso esteve 5 anos à frente da Católica Lisbon School  of Business and Economics; desde 1 de Agosto de 2017 que deixou Portugal para ir dirigir  esta importante cadeira no Imperial College, sendo atualmente o Dean (Reitor).

O Dr. Veloso foi um dos oradores mais apreciados na Web Summit de Lisboa em 2017.

Professor Francisco Veloso

A sua carreira académica foi meteórica; depois da Católica que ocupa uma prestigiosa posição 23 no ranking europeu das áreas económicas, que também é partilhada com a portuguesa Nova e a holandesa Tias Nimbas, Francisco Veloso passou pelos EUA onde fez o Doutoramento no MIT e, ainda na Universidade Carnegie Mellon que fez parte da sua importante carreira, onde foi professor Catedrático até regressar à Católica em 2012.

Contam-se pelos dedos de uma mão, aqueles que se formaram à custa de atribuição de bolsas em Universidades de alto gabarito como o Imperial College, que tenha ficado em Portugal antes dos acordos de Bolonha; pela simples razão, de que o nosso país não tinha onde colocar estes “produtos” do mais alto nível que se produz em todo o Mundo; transformando algumas das nossas Universidades em fontes de emprego para o mercado exterior; sendo que a  riqueza do produto acabado, não reverte totalmente em benefício dos portugueses, que pagam com os seus impostos os custos do ensino superior em Portugal, onde o sistema universitário funciona no sentido oposto ao britânico; onde as privadas a exemplo do Imperial College, exigem médias de entrada altíssimas para não desprestigiarem a Instituição; enquanto que no nosso país, só no caso da medicina é imposta com rigidez essa regra.

A mítica Imperial College London Tower

Vários foram os casos fraudulentos na obtenção de licenciaturas que são do conhecimento público; provavelmente uma ponta do Iceberg, porque os casos que foram desvendados devem-se a arma de arremesso político, mantendo a grande parte do Iceberg submersa; uma situação que desprestigia as Instituições envolvidas, e por “arrasto” o ensino superior privado em Portugal.

O Imperial College London foi fundado em 1907 através da fusão dos City and  Guilds College, Royal College of Mines e Royal college of Science, e recebeu  o Royal Charter pelo Rei Eduado VII em Julho de 1907, data em que foi integrado na Universidade de Londres, onde permaneceu 100 anos até se tornar independente em 2007; tendo de seguida integrado várias outras Instituições, nomeadamente  o St Mary’s Hospital na área da medicina, a Tanaka Business School e um departamento de Humanidades.

Localizado em Kensington ocupa uma vasta área próximo de diversos museus onde se destacam o da Ciência, História Natural, Vitória e Albert e o Royal Albert Hall e Museu das Minas, contando com mais de 340 Clubes e Sociedades em todo o Mundo.

No mesmo local existiu o Instituto Imperial onde seria construída a Imperial Tower para comemorar o Jubileu dos (50 anos de trono) da Rainha Vitoria em 1887 e, em 1960 foi lançada uma subscrição pública para que não fosse demolida, mantendo-se até ao momento como um Ex-libris da Universidade.

Portugal tem algumas Universidades reconhecidamente de bom nível, mas falta-lhes estratégia para captar mais estudantes estrangeiros; tirando partido da introdução das regras de Bolonha que uniformiza a mobilidade do ensino na Europa; chamando a Portugal uma vasta procura de estudantes, representada pelos 500 anos da nossa presença em África, América latina e Ásia.

OBS: Aos nossos Médicos e Enfermeiros, cuja resiliência e sacrifícios para (si) e seus familiares desde o início da pandemia, salvaram milhares de vidas. Eles são parte do pouco orgulho que ainda nos resta, em termos nascido portugueses.

  J. Vitorino – Jornalista – Diretor

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