Uma viagem ao Futuro, por J. Vitorino

Uma viagem ao Futuro, por J. Vitorino

       

O principal dos objetivos a alcançar, há muito que foi traçado pelos cientistas; que trabalham com as agências NASA e ESA, para dar à nossa espécie uma possibilidade de sobrevivência.

Em causa estão as previsões climáticas e recursos energéticos,  mas existem outros fatores de maior peso; entre eles, está a possibilidade de um conflito nuclear entre duas grandes potências, a queda de um meteorito de grandes dimensões, de que ainda não dispomos de capacidade para nos defendermos, ou uma pandemia devastadora utilizada como arma de guerra; que poderia conduzir à interrupção do processo por várias décadas ou mesmo centenas de anos.

Se for ultrapassada esta fase critica de ameaças durante todo o século XXI, o passo seguinte será a extinção da Organização das Nações Unidas (ONU), que dará lugar a um governo Planetário; que terá um início como a união europeia por exemplo, e que vai ser determinante na gestão e controle dos recursos energéticos cuja escassez se vai sentir a partir dos meados deste século.

Controlar a natalidade será no futuro a única solução para fazer frente à falta de comida em muitas regiões do globo, uma consequência da escassez da água, em mais de metade do Planeta.

Nos próximos 200 anos a nossa Civilização sofrerá uma mudança quase radical a todos os níveis; porque a mecânica quântica vai entrar no quotidiano dos humanos, e elevará a nossa Civilização para um incrível patamar. 

Também o comportamento humano, aprendeu muito com a conflitualidade entre países nos séculos XX e também XXI;  que como é previsto, será fértil em acontecimentos.

É uma ironia pensar que as guerras ao longo da história dos humanos, que no seu conjunto provocaram mais vítimas que atual população do Planeta (7560 milhões), tenham contribuído para lançar a Terra numa corrida tecnológica, para dar continuidade à nossa espécie.

Num futuro mais alongado, os cérebros brilhantes vão ser salvaguardados por centenas ou talvez milhares de anos para posterior reutilização.

Os nomes darão lugar a números com implantação de um “chip” à nascença, registando todos os movimentos que serão recolhidos numa central de dados, para preservação após o final das longas vidas humanas, que em média terão entre 250 e 500 anos.

Toda a informação da vida de um humano caberá dentro de um chipe do tamanho da cabeça de um alfinete.

Muitas das palavras não farão parte do vocabulário humano no futuro, porque não fazem sentido numa civilização quase perfeita.

Com a revitalização das células, o homem poderá elevar a 8 vezes a atual esperança de vida; que será decidida de acordo com a sua utilidade enquanto viveu; sendo a reposição demográfica feita em baixa escala, porque a robotização que em parte será produzida à nossa semelhança, irão assumir mais de 90 por cento das tarefas dos humanos (incluindo parceiros/as de sexo), poupando ao planeta os recursos necessários para manter o equilíbrio alimentar e energético, imprescindível para manter em curso o grande projeto; que é encontrar um habitat, com condições semelhantes à que tinha a Terra antes de aparecer o homem.

Deus está com os Olhos Postos na evolução tecnológica e comportamental dos humanos; e só uma Civilização perfeita nos permitirá receber no futuro o Seu Contato; a partir de então, um novo culto se sobreporá a todas as Religiões.

Mais dois mil anos serão cruciais, para desenvolvermos a magia tecnológica para se for preciso, podermos abandonar a Terra e salvar a espécie. Alguns dos Planetas como Marte ou Luas de Júpiter e Saturno, apenas servirão de entreposto ou numa fase provisória, porque o objetivo é procurar um habitat nas Estrelas mais próximas.

Nesta fase; é provável que as máquinas inteligentes que vamos construir, sejam codificadas para levar o nosso ADN, para que a nossa espécie seja reproduzida em Planetas previamente por nós  selecionados.

Um ser biológico como nós, nunca suportaria uma viagem de centenas ou milhões de anos para as Estrelas mais próximas.

Por exemplo; nenhuma das Estrelas mais próximas do nosso Sistema Solar, tem um Planeta para nos alojar (digamos assim).

Mas imaginemos que vamos lá primeiro fazer uma visita; pois bem, um avião a jato levaria 30 milhões de anos a lá chegar.

Em 2021 o SKA (Square Kilometre Array) o maior radio telescópio do Mundo que foi simbolicamente ativado há dias, começa a varrer o cosmos em busca de um local compatível com as nossas exigências de sobrevivência; e também terá a missão de possíveis contactos com inteligências extraterrestres, que poderão ser máquinas inteligentes deixadas pelos seus criadores já extintos; o mesmo que acontecerá com os humanos, quando as máquinas que vamos construir assumirem o nosso lugar auto reproduzindo-se.

A chegada da Perseverance Rover-NASA a Marte no dia 18 de fevereiro de 2021, marca o princípio da grande odisseia do homem para a salvação da espécie humana.

É uma boa notícia; mas nós Astrónomos, Astrofísicos e Biólogos, desconfiamos que seja provável que o ciclo humano esteja próximo do fim; e que vamos lançar na Galáxia os nossos descendentes robotizados, com a informação de que fomos nós quem os construiu, e o motivo de não termos conseguido salvar a nossa espécie; ou talvez porque a nossa missão chegou ao fim, cujo objetivo seria alcançar a Inteligência Artificial.

Recordo que a máquina poderá viajar a velocidades próximas da luz (300.000 quilómetros por segundo; esta limitação deixa-nos prisioneiros da Terra.

OBS: Aos grandes Navegadores portugueses que foram pioneiros na globalização do Mundo; levando com eles a Cruz de Cristo e a Civilização Ocidental; e aos Cientistas da NASA, pelo grande sucesso na colocação em Marte da Rover-Perseverance; um enorme salto da Ciência, em benefício de toda a humanidade.

 

J. Vitorino 

Astrónomo Amador   

 

 

 

 

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