
Mulheres portuguesas vítimas de violência doméstica
Os portugueses estão mais pobres, mais incultos e também violentos; a situação económica em que muitas famílias caíram, não justifica a espiral de violência doméstica, que todos os anos tira a vida a dezenas de mulheres, que deixaram órfãos muitas crianças.
Não vamos esconder-nos atrás de causas subjacentes como o desemprego, que atingiu com severidade a classe média, que foi a principal responsável pela maioria de divórcios no nosso país; o que nem sempre é bem digerido por uma das partes.
Os filhos são forçados a assistir aos constantes atos de violência, que depois transportam para as escolas; onde um aluno violento é suficiente para desestabilizar toda uma turma, como tem sido noticiado em casos frequentes, enfraquecendo a motivação dos professores e a qualidade do ensino.
As consequências do trauma na sociedade e famílias, pode ser um entrave à recuperação do ânimo coletivo, para sairmos rapidamente do desespero em que se encontram muitos portugueses, e partirmos em busca da paz e justiça social que nos conduza ao desenvolvimento económico imprescindível, para o equilíbrio mental daqueles que se refugiam na violência gratuita; faltando-lhe muitas vezes a coragem, para enfrentar um novo rumo nas suas vidas.
As mulheres portuguesas não devem nem podem ser o elo mais fraco tradicional nas sociedades latinas, porque há muito tempo que já deram provas da sua afirmação nos campos profissional e sócio cultural; é um direito adquirido, e reconhecido nos países mais desenvolvidos do ocidente.
Os homens não são donos das mulheres e dos filhos; é um abuso feudal, que não pode ser praticado em pleno século XXI.
Esta barreira que tem que ser quebrada, para que acabe com algum machismo grosseiro que ainda existe na cultura portuguesa, que não é justificável ou tolerável numa dita democrática; sendo até a agressão verbal, inaceitável do ponto de vista social e humano.
Muitas das mulheres que conseguem divórcios litigiosos optam por abandonar o nosso país, levando consigo os filhos com medo de perseguições e represálias, procurando abrigo em países onde as legislações as protejam; o que não impediu que recentemente um português se deslocasse à Suíça, para assassinar a ex-mulher e o companheiro desta.
A nossa sociedade está desagregada e à beira do desequilíbrio, sem objetivos concretos vai remando contra a maré, sempre na tentativa de encontrar culpados para as suas frustrações.
Enganam-se os que se desculpam com a crise, porque as dificuldades unem as pessoas não as divide.
O país está a perder o leme do barco que nos referenciava como um povo generoso e pacífico, e não existe justificação ou causa para matar, porque ninguém é dono da vida de alguém.
A Justiça portuguesa, tem vindo a dar alguma proteção aos infratores, porque muitas vezes só age depois do crime consumado.
Esta bola de neve só terá um fim, depois de ações severas contras os prevaricadores; uma calamidade social que se tem agravado com o abandono do país de centenas de milhares dos nossos licenciados, que vão empobrecendo a nossa educação; onde já se nota um tremendo vazio.
A crise deixou grandes mazelas na sociedade portuguesa, onde futuramente o ensino terá um papel preponderante para as cicatrizar; sendo neste sector, que teremos que apostar o nosso futuro.
Portugal terá que seguir em frente; é uma exigência que se nos impõe em nome das próximas gerações e das crianças de hoje porque serão elas, que vão levantar este país de novo.
J. Vitorino – Jornalista – Diretor
