Portugal adiado!..

Os portugueses estão longe de terem motivos para grande otimismo; a fim de poderem encarar 2023 como o ano de esperança, imprescindível para que o país descole da pobreza que atingiu grande parte da sua população.

Portugal regrediu em padrões essenciais para o nosso desenvolvimento; para o qual contribuiu a fraca educação dos portugueses, e também alguma falta de patriotismo; desmotivados e dados como vencidos, perderam numa única geração (25 anos), metade da sua riqueza e muito do prestígio empresarial acumulado ao longo da sua História.

Aos deserdados da “democracia”, que são os milhões de pobres existentes no nosso país, não se vislumbra uma ténue expectativa de que o futuro seja um pouco mais promissor; essa decisão ainda continua nas mãos, de quem há mais de 45 anos tem ditado a sua sorte.

Governado pelos mesmos partidos políticos há 4 décadas e meia, Portugal foi sujeito a uma maré de imprevisibilidade e de interesses, a que se juntaram alguns fatores externos; como a epidemia Covid-19 e mais recentemente a guerra na Ucrânia.

De referir que os dois partidos mais votados PS/PSD, nunca se entenderam com a finalidade de poderem em conjunto recuperar o país.

Muitas das Instituições estão há muito tempo desenquadradas da realidade portuguesa, funcionando como um entrave à nossa recuperação económica; que é fundamental para dar esperança às nossas crianças e às futuras gerações.

Para dar consistência a esta realidade, quando mudam os governos tudo é alterado ou substituído, não tendo em linha de conta a competência; tendo como resultado, as frequentes substituições de secretários de Estado e ministros.

Os últimos casos envolvendo empresas como a TAP dispensam mais comentários.

Os portugueses estão divididos entre ricos e pobres, com manifesta desvantagem para os últimos em consequência das políticas económicas que têm sido ajustadas às teorias partidárias; nunca existindo um consenso de convergência para dar esperança às nossas crianças e idosos, que continuam a ser as mais pobres da Europa ocidental; uma marca negativa para quem nos representa no exterior, que são os nossos emigrantes e o corpo diplomático.

Se os dois principais partidos portugueses PSD/PS, continuarem em conflito de interesses que tem sido uma barreira à nossa recuperação, pois só um entendimento entre estas duas forças políticas será o caminho para erradicar a pobreza, Portugal continuará por muitos anos a ser país mais pobre da Europa.

É urgente uma dinâmica que desperte os portugueses para o trabalho e a produtividade, complementados de incentivos materiais; o atual governo não deve apenas preocupar-se com os que têm um pouco mais, mas implementar medidas para nivelar para cima os que têm menos; e não esconder as verdadeiras causas da pobreza em Portugal.

O desequilíbrio entre ricos e pobres, está na origem de muito do descontentamento que não beneficia o desenvolvimento do nosso país, que ainda está sufocado por grupos que não abdicam dos privilégios que adquiriram durante anos, acumulado à custa do empobrecimento da grande maioria dos portugueses; se esta situação não for invertida, então a incerteza continuará a sobrepor-se à esperança de um país que seja justo para todos.

Muitos dos nossos pobres, foram nos últimos oito anos extraídos à classe média; sendo urgente a sua recuperação, para ajudarem na difícil tarefa de colocar Portugal nos caminhos da sustentabilidade, e suporte da enorme dívida pública contraída nos últimos anos, que tem vindo a asfixiar o nosso crescimento e a empobrecer os portugueses.

É urgente devolver a dignidade aos portugueses são palavras frequentemente ditas por alguns políticos que por ironia, foram os partidos a que pertencem, que em poucos anos colocaram milhões de portugueses na pobreza; lembro que Portugal é o único país europeu, em que 20 por cento dos que têm trabalho vivem em pobreza.

Nota: Aos deserdados da (democracia), que são os mais de três milhões de portugueses; na esmagadora maioria crianças, jovens e idosos, que aguardam há anos por um Portugal justo para todos.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor

 

 

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