Refletir Portugal 115 anos depois

Refletir Portugal 115 anos depois

D. Manuel II, último Rei de Portugal

A 1 de fevereiro assinalam-se os 115 anos da morte de D. Carlos I e seu filho D. Luís Filipe, barbaramente assassinados a mando de um grupo de deputados que se aliaram à sinistra carbonária.

Em causa estavam motivações políticas, inveja e vinganças pessoais como toda a história dos acontecimentos veio posteriormente confirmar.

Para trás, ficam mais de quatro gerações sem que a verdade tenha sido totalmente divulgada, por conveniência dos que não têm interesse, que alguns nomes envolvidos sejam do conhecimento da opinião pública portuguesa.

Os contornos do regicídio foram levados ao pormenor com rancor e perversidade, e mereceu a condenação de toda a Europa; porque em Portugal, existia uma monarquia constitucional onde a figura do rei era central, mas por norma não se interpunha na ação governativa.

Para encontrarem algum suporte que justificasse o massacre da família Real, os criminosos decidiram provocar agitação parlamentar que resultasse em dissidências, com a finalidade de se formarem pequenos grupos, por serem mais fácies de aliciar e controlar o que veio a acontecer.

Última foto tirada em Vila Viçosa a 27 de Janeiro de 1908, antes do príncipe D. Manuel regressar a Lisboa.

Os cabecilhas mais radicais, tinham a incumbência de contactar os assassinos para executarem o atentado, que culminou com a morte do Rei e de seu filho o Príncipe Real.

O primeiro encontro da conspiração, foi levado a cabo por alguns membros do partido republicano que tinham aderido aos ideais da carbonária, em que Francisco Herédia (Visconde da Ribeira Brava) era um membro influente, e iria ter um papel aliciador na execução do regicídio; com a agravante de ser um nobre titulado pelo pai e avô de quem ele e seus cúmplices, iam intentar contra as suas vidas.

Francisco Herédia, era um conhecido espadachim cujo título de visconde em princípio se destinava ao seu pai; tendo este pedido ao Rei D. Luís I que o entregasse ao seu filho, que viria a ser um dos principais mandantes da conjura.

Mais tarde veio ao conhecimento público que o visconde da Ribeira Brava (Francisco Herédia), terá inclusive facultado a sua casa para as primeiras reuniões da conjura, e fornecido as armas para a execução do crime; pelo qual esperou pacientemente no café Marinho da Arcádia o desenrolar dos acontecimentos, que dois anos mais tarde ditariam o fim da monarquia em Portugal.

Note-se que o príncipe Dom Manuel também estava na mira dos assassinos; e só foi poupado porque tinha regressado uns dias antes de Vila Viçosa, para dar cumprimento a deveres escolares.

Como é do conhecimento dos portugueses, existiram várias tentativas de reposição da monarquia após D. Manuel II ter seguido para o exílio, com levantamentos no Norte que culminaram com a tentativa final em Monsanto, onde seria arriada a última bandeira monárquica portuguesa.

Francisco Herédia

José Maria Alpoim

Afonso Costa

Talvez seja tempo de ser lançado um movimento de cidadania, que em princípio não será no sentido de voltarmos à monarquia, porque os portugueses foram deseducados nesse sentido, mas para elevar a autoestima dos portugueses, para que tenham orgulho na sua história; e que o seu conhecimento, seja útil para os jovens de hoje e as futuras gerações.

As principais figuras que planearam o regicídio foram António José de Almeida, Luz de Almeida (patrono e Grão-Mestre da carbonaria) e Afonso Costa (advogado) que foi chamado para dirigir a revolta, a que se juntaram José Maria Alpoim e Francisco Herédia Visconde da Ribeira Brava ambos do partido republicano.

D. Carlos I foi vítima da ampla liberdade, que ele próprio concedeu ao povo português; um caso raro para a época na Europa.

As armas utilizadas no atentado, foram uma Browning nº 349-432 utilizada por Alfredo Costa e a Winchester nº 2137 por Manuel Buíça, que terão sido encomendadas e pagas por Francisco Herédia a Gonçalo Heitor Ferreira (armeiro) e membro da carbonária.

OBS: Às memórias de Suas Altezas Reais Rei D. Carlos I, Dom Luís Filipe Príncipe da Beira, e Dom Manuel II último Rei de Portugal e também o último Duque de Bragança, porque este título está reservado ao futuro Rei de Portugal, se os portugueses assim o decidirem.

Dom Manuel II recusou várias vezes voltar a ser Rei pela força das armas, pelo que nunca esteve envolvido em qualquer tentativa nesse sentido; sendo por isso, que todas elas foram abortadas.

Um povo que ignora a sua ímpar história será sempre pobre; lembro a grande epopeia marítima de que os portugueses foram protagonistas na época quinhentista, que ainda hoje é reconhecida e respeitada por todos os historiadores.

O país mais pobre da (união europeia)? que é Portugal dispensa comentários; porque infelizmente está refletido, na pobreza em que vive a esmagadora maioria dos portugueses.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor

 

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