Papa Francisco, 10 anos de Pontificado
São João Paulo II, foi o precursor da mudança na Igreja Cristã.
A trilogia de Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco I não foi um mero acaso; o mundo precisava de um novo rumo que o afastasse da diferença cada vez maior entre ricos e pobres; não existindo qualquer dúvida, que esta enorme assimetria está na origem de muitos dos conflitos, que há milhares de anos marcam negativamente a coexistência pacífica entre povos e Nações.
Francisco sabia que não vai ser tarefa fácil alterar esta situação de injustiça milenar, mas os tempos têm que ser de mudança, e a Igreja Cristã tem que dar o exemplo.
João Paulo II abordou com toda a certeza este tema com Bento XVI (recentemente falecido); eles foram amigos de longa data e certamente pensou, se o seu substituto não seria o seu velho amigo o que veio a acontecer.
Bento XVI foi um homem dotado de uma enorme inteligência e sentido do dever; que colocou acima de tudo a Igreja a quem sempre serviu com inquestionável lealdade; onde terá que haver uma mudança urgente, para relançar a Fé e a solidariedade entre os homens, povos e Nações; por isso abdicou, para dar lugar a alguém que desse continuidade à mudança iniciada por João Paulo II; e esse alguém foi Francisco o Papa do povo como ele próprio se assumiu.
Todos os dias o número de seres humanos que atingem a pobreza extrema, é milhares de vezes superior ao de novos milionários que não param de crescer, e que não obstante serem uma minoria detêm 93% da riqueza mundial; esta realidade coloca um em cada quatro de nós (2000 milhões de humanos), a lutarem todos os dias pela sobrevivência.
Se este terrível quadro não mudar, muitos serão os que começam a perder a esperança de algum dia poderem ver algum equilíbrio e aproximação, entre os que tudo têm e os que nada possuem.
Francisco sente ter uma missão para cumprir, mas precisa de muito apoio dos fiéis e também daqueles mais próximos de si, que terão que abdicar de muitos dos privilégios adquiridos ao longo dos tempos.
Francisco o Papa missionário
Nunca um Papa, desde que foi a sua primeira apresentação aos fiéis pediu que rezassem por ele; Francisco sabe que milhões a rezar reforçará a sua determinação em alterar alguns dos paradigmas, que no passado e recentemente afastaram milhões de fiéis da Igreja.
A Jornada Mundial da Juventude, terá lugar na bela Cidade de Lisboa de 1 a 6 de Agosto de 2023.
É precisamente para os fazer regressar, que os últimos três Papas vão desempenhar um papel fundamental numa viragem de atitudes e preconceitos, em que o alvo principal serão os Jovens que foram uma preocupação constante de São João Paulo II; porque eles serão no futuro, os transmissores de novas mentalidades que terão como base a defesa dos direitos humanos, alicerçados na solidariedade, no conhecimento e dignidade dos povos.
Só assim a Igreja Cristã conseguirá reafirmar-se na vanguarda dos que defendem um mundo justo.
João Paulo II despertou a Juventude porque seriam eles a dar o início à esperada mudança, invertendo muitos dos comportamentos que são algumas das causas identificadas do empobrecimento, que tem provocado terríveis danos sociais, em que muitos deles são irreparáveis.
Francisco sabe que combater a pobreza vai ser uma tarefa árdua mas não pode esperar mais; as palavras não matam a fome a mais de 150 milhões de Cristãos; e ninguém melhor que ele entende o sofrimento daqueles, que nasceram no berço da pobreza, em que 90% tem sido herdada de gerações em gerações, num ciclo de tragédias familiares que levam à perda da esperança, de mais de um terço da população da Terra..
Francisco está decidido a lançar este alerta até ao fim do seu Pontificado; a paz no mundo só será alcançada, com um equilíbrio na repartição de bens, que leve à erradicação da fome no Planeta; e também sabe que a zona com mais incidência deste flagelo a curto prazo, poderá ser a Europa que foi o berço da civilização e do Cristianismo.
São João Paulo II foi o percursor da grande mudança na Igreja Cristã
Ele foi o grande precursor da abertura a leste, com o movimento solidariedade na Polónia, que esteve na origem da queda do muro de Berlim.
Na missão de que fora incumbido, teve sempre a seu lado Bento XVI que iria ser um Papa de transição por duas razões; João Paulo II não era de fácil substituição, e por ter nascido com ascendência alemã.
Bento XVI, fez parte da trilogia da mudança
Desde o início do seu Pontificado que Francisco I vem alertando a comunidade internacional, de que muitos países estão a empobrecer a um ritmo alarmante; uma situação explosiva que poderá levar a conflitos de consequências imprevisíveis, como o que está a acontecer atualmente na Ucrânia, embora que por razões diferentes.
O mundo Cristão tem os olhos postos neste Grande Homem, que após 10 anos de Pontificado continua a dar provas de uma grande humildade, e decidido a marcar a diferença dos seus antecessores.
O Papa Francisco sente ter uma missão a cumprir; que é sensibilizar o mundo para o flagelo da fome, da intolerância e da desigualdade; aparecendo no momento certo, para deixar uma réstia de esperança ao Mundo.
De 1 a 6 de Agosto de 2023 Lisboa será palco da jornada mundial da Juventude (JMJ), evento religioso instituído pelo Papa João Paulo II a 20 de dezembro de 1985; e que durante uma semana reúne milhões de jovens católicos de todo o mundo, naquele que será um dos maiores acontecimentos religiosos de carisma cristão, e que contará com a presença e palavra dirigida aos jovens pelo Papa Francisco.
Joaquim Vitorino – Jornalista – Diretor