A caminho da sexta extinção
Grande Metrópole completamente deserta
O Planeta Terra caminha para a sexta extinção em massa; os oceanos em declínio, os solos contaminados e a poluição atmosférica, estão a dar sinais evidentes, de um desastre ambiental em curso cujas consequências são mais que previsíveis.
Astrónomos, biólogos e ecologistas de todo o mundo lançaram um sério aviso; se não forem tomadas medidas urgentes, metade de todas as espécies na Terra podem desaparecer até ao fim do século XXI.
Este cenário, já tinha sido colocado durante uma conferência que decorreu no Vaticano sob a chancela do Papa Francisco, nos dias 27 de fevereiro a 1 de março de 2017, e que ao tempo eu escrevi sobre o importante evento.
Cidade abandonada sob efeito de estufa.
A degradação climática, poderá provocar um decréscimo populacional de milhares de milhões de humanos, se nada for feito para travar a poluição dos oceanos, e a degradação dos solos que nos alimentam.
Os cientistas presentes a convite do Papa Francisco, aproveitaram o evento para discutir como se pode evitar esta progressão fatal para a extinção, e as conclusões a que chegaram são arrepiantes.
No início do próximo século enfrentamos a possibilidade de perder metade da nossa vida selvagem, foi um alerta lançado pelos biólogos que participaram na importante conferência promovida pelo Vaticano; entre os presentes no debate, estava o biólogo Peter Raven professor do Jardim Botânico do Missouri nos EUA, e um dos mais creditados participantes na conferência, que em declarações que fez ao Jornal The Guardian falou num contexto assustador, em que os humanos esquecem que só um “Mundo vivo”, pode manter a sustentabilidade do nosso planeta.
As extinções que enfrentamos; colocam uma ameaça ainda maior à atual civilização do que as alterações climáticas, pela simples razão de que são irreversíveis.

A Terra, o berço da humanidade
O problema é que o perigo não parece óbvio para a maioria das pessoas, e isso é algo que temos que refletir; avisou o professor Paul Elrich da Universidade de Stanford Califórnia também envolvida na conferência; onde o alvo foram os países ricos que estão a desviar os recursos do planeta, e a destruir o ecossistema a uma velocidade sem procedentes.
Com a população da Terra a ultrapassar recentemente os 8000 milhões, e com a apetência pelo consumo elevado das novas tecnologias, é de prever uma enorme onda de destruição que estamos a construir; desde autoestradas através do Serengeti, para facilitar o acesso a minerais raros para o crescente consumo humano, como telemóveis e computadores por exemplo.
A alta probabilidade de um holocausto nuclear, viria acelerar o fim da espécie humana na Terra.
Dos oceanos que são a fonte da vida; retiramos os peixes sem um rigoroso controle que assegure a reposição das espécies, destruímos as barreiras de coral, e deitamos dióxido de carbono para a atmosfera.
O homem está a despoletar “o grande evento de extinção”; é a questão que a conferência deixa no ar, depois de o Papa Francisco ter dado particular ênfase às questões climáticas no seu Pontificado.
A sobrevivência do mundo natural e em última instância a nossa sobrevivência, depende da “adoção de princípios de justiça na distribuição dos recursos, que levem a minimizar os danos climáticos para melhor sustentabilidade do ecossistema, é a aposta da Academia de Ciências do Pontificado, num documento que foi divulgado no âmbito da Conferência.
A sustentabilidade requer “cuidarmos da biodiversidade” para permitir à humanidade poder viver e prosperar.
O crescente aumento da população mundial, e o impacto que isso acarreta para o ambiente, foi um dos fatores de preocupação evidenciados no “Fórum”.
Estatísticas da ONU preveem que a população mundial vai crescer, dos atuais 8000 mil milhões para os 11.2 mil milhões até 2100, aumento que se verificará em regiões como África e Ásia.
(The Big Freeze) grande congelamento, é um cenário provável num futuro mais longínquo, se a poluição do Planeta não for travada.
Com as condições climatéricas a alterarem-se, e as catástrofes ecológicas subsequentes a que se junta a escassez de comida e água, imagina-se como a já atual problemática corrente migratória, pode atingir proporções assustadoras e incomportáveis.
Não existirá qualquer dúvida, que com 12 mil milhões de humanos a nossa civilização irá “colapsar”; e que num longo prazo apenas umas centenas de milhões poderão sobreviver, que posteriormente ficam reduzidos a uns milhares de sobreviventes; até que num futuro mais longínquo, a espécie acabará por se extinguir.
Olhando para os números é mais que certo, que para suportar a sustentabilidade da população mundial, seria preciso um outro Planeta, para nos fornecer os recursos necessários para podermos suportar mais 50 por cento da da população atual; e se todos consumissem recursos ao nível dos países do ocidente, “seriam num mínimo precisas três Terras”.
J. Vitorino – Astrónomo Amador
