Doença Valvular Cardíaca, (adie o prazo de validade do seu coração).
Dr Rui Campante Teles, é o coordenador nacional da iniciativa Valve For Life/Corações de Amanhã da APIC.
O Dia Mundial da Terceira Idade assinala-se a 28 de outubro.
Mortal e mais frequente com a idade, a doença valvular cardíaca é ainda uma realidade que bate à porta quando menos esperamos, especialmente quando ignoramos que o envelhecimento exige o triplo dos cuidados no que diz respeito à manutenção da saúde.
Se quer garantir que prolonga o seu bater de coração e qualidade de vida, importa que esteja atento às formas de prevenção destes problemas que incidem nas quatro válvulas cardíacas – tricúspide, pulmonar, mitral e aórtica – responsáveis por regular o fluxo sanguíneo neste órgão.
Com o passar dos anos e a influência de fatores como infeções, doenças cardiovasculares e hipertensão, estas válvulas vão deteriorando-se gradualmente, resultando em alterações perigosas nas suas funções.
Normalmente aparecem discretamente, de forma assintomática, mas vão começando a dar sinais através de alguns sintomas, nomeadamente a falta de ar, desconforto no peito, fadiga, tonturas, desmaios, palpitações ou batimentos cardíacos acelerados e inchaço, especialmente nas pernas.
Deve ainda estar atento ao agravamento dos sintomas com a realização de atividades físicas mais intensas.
Se desconfia que está a identificar algum destes sintomas poderá estar em risco de desenvolver problemas como o enfarte agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), que podem ser relacionar-se com valvulopatias como a estenose aórtica, a doença valvular mais comum e que afeta cerca de 32 mil portugueses, a maioria já idosos.
Neste caso, a válvula aórtica, responsável por permitir que o sangue seja bombeado para a artéria aorta sem regressar, fica estreita e não abre completamente, prejudicando o transporte adequado do sangue para fora do coração.
Por sinal, o seu tratamento exige uma mobilização multidisciplinar, que objetiva traçar a melhor forma de implementação de uma nova válvula cardíaca.
Outro problema que deve constituir um alerta vermelho das nossas preocupações é a insuficiência mitral, uma doença associada ao envelhecimento e que é mais frequente no sexo masculino, incidindo na válvula mitral, que permite a passagem do sangue da aurícula esquerda para o ventrículo esquerdo, um fenómeno que evita o refluxo sanguíneo, com o desenvolvimento de insuficiência mitral.
Dr Rui Campante Teles