Tempos difíceis para a Cristandade
Os cristãos estão a enfrentar tempos muito difíceis em alguns países; a situação mais grave começou no Iraque e depois estendeu-se à Síria, e também no continente africano onde o radicalismo islâmico não dá tréguas às minorias cristãs.
O medo instalou-se, entre os que vivem onde existem maiorias muçulmanas, não obstante os governos locais lhes darem alguma proteção; sendo muito mais grave o clima de terror que se apoderou daqueles, que habitam nas zonas de conflito com o proclamado estado islâmico, que controla uma grande parte do território da Síria, Líbano e também no Iraque; só neste último país, em 10 anos os cristãos baixaram de um milhão e meio para trezentos mil.
O medo de represálias tem provocado o êxodo das populações cristãs, que fogem de execuções sumárias e da escravatura sexual, onde muitas mulheres “algumas ainda crianças” optam por se suicidarem.
O Papa Francisco considera muito preocupante o perigo que correm os cristãos nas zonas ocupadas pelo radicalismo, que em qualquer momento podem ultrapassar as fronteiras de toda aquela zona que teve como rastilho a Síria, onde vivem milhões subjugados ao medo de uma ditadura feroz.
Foi precisamente neste país, que há mais de dois mil anos Jesus Maria e José, se refugiaram e deixaram ali vestígios da Sua passagem. Estes dois países milenares onde floresceram várias civilizações, são a preocupação do momento para o Mundo Ocidental e comunidades Cristãs nestas zonas de conflito; que ameaçam a todo o momento saltar para fora das fronteiras.
Maaloula é uma Cidade situada a 56 quilómetros a nordeste da Capital da Síria “Damasco”, e foi na antiguidade um entreposto entre duas religiões que sempre conviveram e se respeitaram; ainda hoje é referenciada, como uma Cidade Cristã no coração Muçulmano.
Estátua de Nossa Senhora, velando pela Cidade Síria de Maaloula
Em 2013 Maaloula foi violentamente atacada pelas milícias da Al-Qaeda, que destruíram a Estátua de Nossa Senhora que Velava sobre a Cidade, que é a única onde ainda se fala o aramaico, a língua que foi falada por Jesus Cristo.
A Síria e o Iraque, países que marcaram toda a civilização Ocidental, atravessam momentos de incerteza que preocupa todos os cristãos do mundo; em especial o Papa Francisco que sabe o que se passa naquela vasta área, e que pode colocar em risco o frágil equilíbrio mundial.
A intolerância está a dar lugar a um ódio ancestral, onde uma das partes não faz prisioneiros “executa-os”. O medo está a atormentar o Mundo cristão e os países democráticos; que por ética não podem utilizar os mesmos meios de persuasão da chantagem e do medo.
Também em África são frequentes os ataques a cristãos por grupos radicais que os apanham de surpresa nos locais de culto; afastando-os de praticar a sua religião.
(Aproximação), de como teria sido o Rosto de Jesus Cristo
Jesus Maria e José em fuga, trilharam há mais de 2.000 anos os caminhos que vão dar à Cidade milenária de Maaloula, onde encontraram proteção.
Mil anos depois deu-se a guerra Santa pela posse de Jerusalém; quando deste conflito religioso, muitos cristãos também se refugiaram na Cidade Cristã de Maaloula.
O Papa reuniu recentemente com Líderes de outras religiões e todos foram unânimes quanto ao que têm pela frente; onde o perigo de acesso às reservas de petróleo por parte dos islamitas radicais, pode transformar este conflito num autêntico inferno na terra, se regimes sem escrúpulos fornecerem armamento sofisticado ao Estado islâmico em troca de petróleo que incluirá provavelmente armamento nuclear; onde todos os países periféricos correrão o risco de se envolverem.
Por ironia; esta onda de radicalismo de ambas as partes, de que o atual conflito Israel – Palestiniano são um exemplo, tem uma fonte que o alimenta; que são as dezenas de milhares de voluntários que foram educados nos países ocidentais, onde seguramente estão a falhar alguns valores, e que são o fermento da revolta para muitos dos aderentes “à causa” de que se sentem injustiçados.
Sem perspectivas de vida, juntam-se ao descontentamento, que é o primeiro passo para o radicalismo sem retorno.
Joaquim Vitorino – Jornalista e Diretor