Vila de Rei, é um exemplo no combate à desertificação.
Vila de Rei, recebeu o Foral de D. Dinis a 19 de Setembro de 1285; portanto, há quase 739 anos.
Situada no “Centro Geográfico de Portugal”, foi por iniciativa dos seus dirigentes autarcas, que se deu início ao combate pela interioridade do nosso país, como resposta às sucessivas vagas de emigração que tiveram o auge nas décadas de 60/70, e posteriormente durante a crise 2007/2015.
Ao tempo, a coragem e visão futurista da então Presidente Irene Barata, iria ser noticiada em todo o Mundo com a “simbólica” decisão de fixar no Concelho 6 casais de brasileiros, para ajudar a povoar o Concelho que estava a ficar com um baixo nível demográfico.
Foram tempos difíceis, mas também determinantes; porque coincidiram com uma nova vaga de emigração de portugueses, em que as condições económicas em Portugal motivadas pela crise que teve início em 2007, travaram o fluxo migratório para o nosso país; tendo muitos brasileiros, romenos, ucranianos e angolanos entre outros, sido forçados a regressar aos seus países de origem, enquanto a elite de emigração portuguesa, constituída em mais de 80 por cento de licenciados, deixavam para trás o país mais inculto, pobre e despovoado da Europa.
Entretanto o governo de maioria socialista “demissionário” decidiu abriu as portas à migração, para fazer a reposição demográfica de fora para dentro e o resultado está à vista; Portugal rural continua despovoado, e as maiores cidades como Lisboa e Porto não sabem como vão alojar tanta gente que diga-se; a escolha de Portugal, não foi por motivo da procura de trabalho, mas sim onde é mais fácil viver do (expediente).
Marco Geodésico – Vila de Rei
Quando pela primeira vez visitei Vila de Rei, fiquei impressionado com a beleza paisagística da Vila, em especial “o Marco Geodésico” que oferece ao visitante uma vista de retirar a respiração.
Logo pensei que aquele seria o local ideal para a construção de um grande telescópio, e um centro de estudos nas áreas da Astronomia, Astrofísica e Cosmologia que com toda a certeza, iria catapultar Vila de Rei para todo o Mundo científico nestas áreas.
O Jornal de Vila de Rei fez recentemente 8 anos de existência; é um órgão de informação em língua portuguesa com mais publicações nos temas inovação tecnológica, inteligência artificial, Astronomia, Astrofísica, clima, origens da vida, história de Portugal, emigração, religião e cidadania.
Ter um jornal próprio para divulgar as grandes atrações turísticas e paisagísticas de Vila de Vila, e promover a ciência e cultura no interior, foram sempre uma constante deste Jornal, que tem sido um êxito se forem tidos em conta os condicionalismos económicos, a que um órgão de informação regional, e muito particularmente no Distrito mais desertificado do país está sujeito.
Algumas dificuldades subjacentes à natureza da região, a que se juntou algum alheamento por parte do poder autárquico ao projeto de um Jornal com uma outra dimensão, que só seria compreensivelmente possível com alguma ajuda o que não aconteceu.
Sem quaisquer ajudas ou receitas em publicidade, o nosso Jornal continua a ser uma realidade incontornável, que acabou por ultrapassar as fronteiras do Distrito de Castelo Branco e de Portugal, sendo lido por centenas de milhares em todo o mundo, o que nos dá um certo orgulho.
Nos últimos 10 anos fui o principal Cronista do Semanário Mudo Português, que marcou a sua existência ao serviço da comunidades Portuguesas espalhadas em 177 países durante 52 anos, onde mais de 250.000 Jornais em versão papel eram levados semanalmente para os nossos emigrantes e representações diplomáticas, e (2000 Universidades e Politécnicos) onde se ensina a língua de Camões.
Foram mais de 900 Artigos e crónicas, que publiquei neste e em vários outros jornais, com o objetivo de levar as notícias de Portugal, a todos aqueles que tiveram que deixar o seu país para poderem sobreviver; mas a triste saga emigratória infelizmente continua, porque Portugal é presentemente o país mais pobre da Europa, o mais subdesenvolvido e com a taxa de literacia mais baixa da união europeia, menos de metade da média para ser mais correto.
Todavia o objetivo do Jornal; para além de continuar a ser uma voz para os nossos emigrantes, é acompanhado de um sonho ambicioso, cuja decisão está no poder político central e autárquico, em dar corpo a uma velha ambição acima referida; uma Universidade em Vila de Rei nas áreas mencionadas, aberta a estudantes de todo o Mundo.
Seria um regresso à época quinhentista, onde os portugueses para além de excelentes navegadores, foram também os grandes Astrónomos daqueles tempos; tendo muitos deles, saído desta região como Pedro Álvares Cabral por exemplo.
O Jornal de Vila de Rei é mais um “marco” no Distrito de Castelo Branco, para juntar ao já famoso Monumento Geodésico.
OBS: O Diretor do Jornal de Vila de Rei, em nome de todos os seus colaboradores, deseja aos Vilarregenses e todos os seus leitores espalhados pelo Mundo, um Próspero Ano de Novo de 2024.
J. Vitorino – Jornalista – Diretor