O fim do ciclo, por J. Vitorino

O excesso do consumo energético e o exponencial aumento demográfico, está a acelerar o fim do ciclo da atual civilização onde os sinais começam a ser evidentes.

Efetivamente; se os países emergentes como é o caso da China e da Índia, mas também o Brasil e outros que integram o grupo, conseguirem fazer sair da pobreza mais de 50% da sua população, isso resultaria num aumento de consumidores em mais 1.400 milhões, o equivalente a duas vezes a população da Europa.

Nestas condições, os recursos energéticos ainda ao dispor do Homem, não conseguiriam uma resposta para enfrentar esta nova onda de consumismo, que se esgotariam em duas décadas aproximadamente, com a população Mundial a duplicar em menos de 50 anos (duas gerações).

É um cenário preocupante que o cidadão comum não se apercebe; mas que tira noites de sono aos cientistas, que anteveem um possível retrocesso de todos os conhecimentos adquiridos, por não existir matéria-prima para lhes dar continuidade.

Um grupo de investigadores liderados pelo matemático indiano Safa Motecharri, concluíram que o declínio das civilizações que estiveram no auge, é um ciclo recorrente ao longo da história humana.

As causas identificadas incidiram na dinâmica Homem Natureza, onde os fatores população, clima, água, agricultura e energia desempenharam um papel preponderante, que ajudaram a determinar o “alto risco” do fim da atual civilização industrial, onde alguns condicionalismos convergentes levarão ao seu colapso.

A exploração levada ao limite dos recursos energéticos, vão provocar um tremendo desequilíbrio ecológico no Planeta Terra.

As desigualdades provocadas na utilização dos recursos, levaram à estratificação das sociedades elitistas, que são as que mais contribuíram para o fim do ciclo; a que se junta o “boom populacional”, e a corrida ao consequente consumismo.

Uma grande metrópole completamente deserta

Conclui-se que os fenómenos sociais desempenharam ao longo dos anos, um papel central no processo do colapso civilizacional; os mesmos fatores que vão determinar, o fim da Civilização industrial e tecnológica.

Mas não podemos pensar apenas em nós; a taxa de destruição das outras espécies atingiu o nível de há 65 milhões de anos, quando um enorme asteroide colidiu com a Terra na Península do Yucatán “Golfo do México”, que levou à extinção os dinossauros e outras espécies.

Este acontecimento  que a ciência descreve como a 5ª extinção em massa na Terra, levou posteriormente à reiniciação do processo de vida, com os sobreviventes a partir da água e subsolo, que deu origem ao homo sapiens 63 milhões de anos depois.

Acredita-se que a espécie humana, é a de mais rápida ascensão na História do Planeta; e que haverá uma forte possibilidade de ter sido decidida por uma Inteligência Superior; este facto teria sido reconhecido numa reunião de vários Cientistas, representando várias religiões, onde estavam presentes agnósticos e ateus que não é a mesma coisa.

O evento acima referido e que acabou com a era dos Dinossauros, foi designado como a 5ª extinção em massa no Planeta; a anterior tinha ocorrido 185 milhões de anos antes, quando da erupção em simultâneo de dezenas de vulcões em toda a Sibéria; provocando o efeito de estufa em todo o Planeta, durante um período entre 5 a 10 milhões de anos, o que originou o (big freeze) era glaciar.

Uma catástrofe nuclear em larga escala, poderia aniquilar centenas de milhões de humanos num único dia; e que posteriormente, levaria dezenas de milhares de espécies à extinção, incluindo a humana. 

A diferença; é que o homem moderno vai ser o precursor de um outro ciclo de povoação na terra; que inicialmente será representado por “bactérias e escaravelhos”, que irão assumir o nosso lugar.

As sociedades consumistas embrenharam-se numa luta feroz por um padrão de vida sem regras na defesa do ambiente; não dando conta que as espécies estão a desaparecer, a um ritmo 1000 vezes superior ao da extinção natural.

O declínio da biodiversidade envolve uma drástica redução de inúmeras espécies, que tem conduzido à destruição do ecossistema causada pelo homem; e que se tem vindo a agravar sem darmos por conta; sendo sempre acompanhada pela explosão demográfica e consequente consumismo, que vai estar na origem do colapso da atual Civilização.

J. Vitorino — Astrónomo Amador

 

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