Papa Francisco fez hoje 11 anos de Pontificado, por J. Vitorino

Papa Francisco fez hoje 11 anos de Pontificado, por J. Vitorino

A trilogia de Papas São João Paulo II, Bento XVI e Francisco I, não foi um mero acaso; o mundo precisava de um novo rumo, que o afastasse da grande diferença entre ricos e pobres; não existindo qualquer dúvida, que esta enorme assimetria está na origem de muitos dos conflitos, que há milhares de anos marcam negativamente a coexistência pacífica entre povos e Nações.

Francisco sabe que não vai ser tarefa fácil alterar esta situação de injustiça milenar; mas os tempos têm que ser de mudança, e a Igreja Católica tem que dar o exemplo.

João Paulo II abordou com toda a certeza este tema com Bento XVI; e antes de falecer certamente que pensou, se o seu substituto não seria o seu velho amigo.

Bento XVI foi um homem dotado de uma enorme inteligência e sentido do dever; que colocou acima de tudo a Igreja a quem sempre serviu com inquestionável lealdade; onde terá que haver uma mudança urgente, para relançar a Fé e a solidariedade entre os homens, povos e Nações; por isso abdicou para dar lugar a alguém, que desse continuidade à mudança iniciada por João Paulo II.

Todos os dias o número de seres humanos que atingem a pobreza extrema é milhares de vezes superior ao de novos milionários; não obstante serem uma minoria, detêm 93% da riqueza mundial; esta realidade coloca um em cada quatro de nós, a lutarem todos os dias pela sobrevivência.

Se este terrível paradigma não mudar, muitos serão aqueles que começam a perder a esperança, de algum dia poderem ver algum equilíbrio e aproximação, entre os que tudo têm e os que nada possuem.

(Francisco, o Papa dos injustiçados)

Francisco sente ter uma missão para cumprir; mas precisa de muito apoio dos fiéis e também daqueles mais próximos de si, que terão que abdicar de muitos dos privilégios adquiridos ao longo dos tempos.

Nunca anteriormente um Papa na sua primeira apresentação aos fiéis há precisamente 11 anos, pediu aos fieis que rezassem por Ele como Francisco o fez.

A exemplo do seu antecessor Francisco deixa um alerta; é preciso uma urgente viragem nas atitudes e preconceitos; em que o alvo principal serão os Jovens, que foram uma preocupação constante de João Paulo II; porque serão eles no futuro os grandes transmissores de novas mentalidades, que terão como base a defesa dos direitos humanos,  alicerçados na solidariedade, no conhecimento e dignidade dos povos.

Só assim a Igreja Católica conseguirá reafirmar-se na vanguarda dos que defendem um mundo justo.

João Paulo II despertou a Juventude; sabia que seriam eles a dar o início à esperada mudança, invertendo muitos dos comportamentos que são algumas das causas identificadas do empobrecimento, que tem provocado terríveis danos sociais, em que muitos deles são irreparáveis.

Francisco sabe que combater a pobreza vai ser uma tarefa árdua, mas não pode esperar mais; as palavras não matam a fome a mais de 150 milhões de Cristãos; e ninguém melhor que ele entende o sofrimento daqueles, que nasceram no berço da pobreza; em que 90% tem sido herdada de gerações em gerações, num terrível ciclo de tragédias familiares, que levam à perda de esperança de centenas de milhões de humanos.

O Papa está decidido a lançar este alerta até ao fim do seu Pontificado; a paz no mundo só será alcançada, com um equilíbrio na repartição de bens, que leve à erradicação da fome no Planeta; e também sabe que a zona com mais incidência deste flagelo a curto prazo será a Europa, que foi o berço da civilização e do Cristianismo.

João Paulo II foi o grande precursor da abertura a leste com o movimento solidariedade na Polónia, que esteve na origem da queda do muro de Berlim; ele sabia a missão de que fora incumbido e teve sempre a seu lado Bento XVI, que iria ser um Papa de transição por duas razões; João Paulo II não era de fácil substituição, e Bento XVI nasceu com ascendência alemã.

Desde o início do seu Pontificado que Francisco I vem alertando a comunidade internacional, de que muitos países estão a empobrecer a um ritmo muito perigoso; uma situação explosiva que poderá levar a conflitos de consequências imprevisíveis; onde a sua autoridade moral, terá sempre um papel de mediador.

Francisco sabe a difícil missão a cumprir; que é sensibilizar o mundo para o flagelo da fome, da intolerância e da desigualdade; aparecendo no momento certo, para deixar uma réstia de esperança ao Mundo.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor

 

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