A batalha dos Atoleiros

A batalha dos Atoleiros

A Batalha dos Atoleiros, ocorreu a 6 de Abril de 1384 no atual município português de Fronteira distrito de Portalegre, a cerca de 60 Km da fronteira com Castela, entre as forças portuguesas comandadas por Nuno Álvares Pereira, e uma expedição punitiva castelhana enviada por João I de Castela, junto da povoação do mesmo nome no Alentejo.

D. Nuno Álvares Pereira chefe militar português, tinha sob o seu comando uma força de 1.500 homens, dos quais 100 besteiros e 300 lanças (cavalaria ligeira e pesada).

As forças castelhanas invasoras contavam com um efetivo com 5.000 homens

São Nuno Álvares Pereira – Santo Condestável

Por esta altura Nuno Álvares Pereira tinha sido nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo a entrada em Portugal do exército castelhano por aquela zona.

Partindo de Lisboa, D. Nuno aumentou o número dos seus homens pelo caminho e aproximou-se do exército inimigo que intentava cercar Fronteira.

Mais numerosos e conscientes que D. Nuno os iria interceptar, os castelhanos enviaram um emissário ao chefe do exército português tentando dissuadi-lo.

Perante a recusa dos portugueses, o exército castelhano dirigiu-se ao seu encontro.

O exército português já os aguardava, formando um quadrado (retângulo, mais precisamente), com a maioria das lanças na vanguarda; nas alas e retaguarda estavam os peões misturados com algumas lanças.

Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi contida pelas lanças e virotões, o que gerou grande desordem.

A batalha durou pouco, tendo o exército castelhano sofrido pesadas baixas.

As tropas castelhanas, que depois de desorganizadas foram tomadas pelo pânico e começaram a fugir em todas as direções, foram perseguidas ao longo de todo o resto do dia pelas forças de D. Nuno Álvares Pereira, que lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha.

A batalha dos Atoleiros constituiu na Península Ibérica a primeira e efetiva utilização, de novas técnicas de defesa das forças de infantaria em inferioridade numérica, onde seria utilizada pela primeira vez o (método do quadrado) em Portugal.

Consistia em peões armados com lanças esperar a carga da cavalaria inimiga adoptando uma táctica defensiva.

Uma das mais curiosas notas da batalha, é que embora as forças de Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais importante) do lado português não ocorreu uma única morte, nem se registaram feridos; algo pouco provável pois o ataque castelhano consistiu primeiro em atacar a cavalo e como não surtiu efeito, nova investida foi feita a pé havendo um combate corpo a corpo.

Este facto (não haver mortos ou feridos), para as mentalidades da Idade Média era muito importante, porque num ambiente extremamente condicionado pela religião, a não existência de mortos ou feridos era vista como um prova de apoio Divino; o que teria levado uns 16 meses depois, à grande vitória em Aljubarrota.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor

 

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