A caminho da magia tecnológica, por J. Vitorino

A caminho da magia tecnológica, por J. Vitorino

A espécie humana está a ser confrontada com o fantástico e a realidade; o momento atual de magia tecnológica pode-nos levar a um campo desconhecido, se utilizarmos sem restrições todos os meios, que num futuro próximo serão colocados ao dispor da humanidade.

Reconhecidamente o ser mais inteligente do Planeta, o homem não tem lidado bem com a sua supremacia animal, desde que abandonou as cavernas há um milhão e meio de anos.

Alguns entusiastas pela “maravilha tecnológica” em que a atual civilização está mergulhada, pensam que se está a atingir o pináculo da tecnologia, mas estão completamente enganados; o boom da “magia humana” está apenas no início do que nos espera nas próximas centenas ou milhares de anos, se conseguirmos sobreviver a uma (catástrofe climática), autodestruição (holocausto nuclear), ou outro perigo vindo do exterior como a queda de um grande meteorito.

Se ultrapassarmos todos estes perigos, posso afirmar que Louis Pauwels e Jacques Bergier estavam certos, quando ambos escreveram os best sellers “Despertar dos Mágicos” na década de 60, e posteriormente em 1971 “o Homem Eterno”, numa espectativa da nossa sobrevivência, para além do colapso do nosso atual habitat o Planeta Terra.

O incrível “boom tecnológico”, que em menos de um século disparou em todas as áreas do conhecimento, terá que ser contextualizado no apagão em que a humanidade viveu durante milhares de anos; cabendo à ciência fazer a leitura em duas vertentes, onde a principal está no “risco” do desenvolvimento da inteligência artificial, sem que o homem mantenha o seu controle absoluto.

E mesmo que em determinadas circunstâncias precise dela para sobreviver, tornando-a cada vez mais inteligente para o poder substituir em situações em que só a máquina possa assumir o seu lugar, este cenário seria o erro capital da humanidade, que levaria à extinção em massa não só o homem, como outras espécies que com ele partilham a Terra.

Os efeitos devastadores da robotização do Planeta já foram quantificados pela ciência, com a possibilidade de a máquina vir a substituir os humanos, em centenas de milhões de postos de trabalho; que como consequência se iria refletir na demografia mundial, baixando o número de habitantes para níveis de há mil anos atrás.

Os recursos energéticos ao dispor do homem, foram determinantes para as maravilhas que transformaram as nossas vidas, mas não explicam tudo; a exemplo, o porquê de vivermos em escuridão científica durante milénios, em que apareceram raros casos como Leonardo da Vinci, Galileo e Copérnico.

Nos últimos 200 anos com destaque a partir do início do século XX, é que começaram a aparecer os grandes cérebros a exemplo de Albert Einstein que nasceu em 1879, e que em menos de 120 anos transformaram a Terra num Planeta inteligente, com o maior impulso a ter lugar em Silicon Valley na Califórnia, onde floresceram grandes Empresas Tecnológicas em Santa Clara, San José, e a Universidade Stanford em Palo Alto.

Os cientistas, filósofos e teólogos estão a trabalhar em conjunto para avaliar as perdas e ganhos de uma Civilização Tecnológica, e medir os riscos da sobrevivência humana, quando a máquina decidir a sua emancipação; que com toda a certeza, nos conduzirá à total extinção em menos de 1000 anos.

Entre as várias ameaças para a nossa espécie, está a (robotização de parceiros de sexo), que terão efeitos devastadores na demografia do Planeta; a que se junta a perspectiva de os humanos poderem retardar o envelhecimento, elevando a esperança da vida humana para 4 vezes mais no ano de 2500, uma realidade em que a ciência está há muito empenhada.

Mas existe algo mais que é preciso contextualizar; uma guerra nuclear em larga escala, retiraria aos sobreviventes o ímpeto de continuarem, com esta incrível corrida tecnológica que os humanos conseguiram atingir; mas que não acompanharam nas vertentes sociais, onde as assimetrias são cada vez mais acentuadas; o que nos poderá levar, ao mais que provável fim de ciclo da humanidade.

OBS: A Leonardo da Vinci: Nascido há 500 anos, precursor de dezenas de eventos mecânicos que ainda hoje maravilham a atual geração; e a Albert Einstein prémio Nobel da Física em 1921, que revolucionou as leis da física e da matemática, que foram as pedras basilares do atual deslumbramento tecnológico.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor – Astrónomo Amador

 

 

 

 

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