Inteligência Artificial, por J. Vitorino
Poderá a mente digital ser “implantada nos humanos”, para colmatar as grandes falhas humanas na resolução dos problemas, que têm ao longo da história dos povos, colocado em risco a nossa coexistência pacífica, nos campos político e religioso, que sempre constituíram uma séria ameaça para a nossa espécie?
Não creio que essa transição venha a ter lugar, porque o grande salto tecnológico dispensará essa fase transitória; levando o homem a avançar rapidamente, para a robotização global em paralelo com a inteligência artificial.
O estudo do cérebro humano, tem evoluído em simultâneo com a inteligência artificial; os cientistas têm avançado na investigação em paralelo para que num futuro próximo, a máquina não fuja ao controle do homem, o que poderia conduzir a cenários imprevisíveis para a segurança da nossa espécie; desde logo e para nos diferenciar, não devem ser construídos “robots digitais” que se possam confundir em aspeto com os seres humanos.
O cenário de um futuro em que as máquinas inteligentes poderão dispensar a humanidade, não está fora de causa; e embora que a longo prazo venha a ser inevitável, a ciência tudo fará para adiar o que será o fim dos humanos, e de muitas outras espécies que conosco partilharam durante milhões de anos o Planeta Terra, porque simplesmente deixam de ter utilidade à máquina que se emancipou, tendo os humanos já perdido a sua tutela.
Mesmo que por um período, a coexistência humano/máquina possa afastar qualquer conflito entre as inteligências artificial e biológica o homem, a máquina acabará por ganhar, e dominar aquele que foi o seu progenitor.
Inicialmente domesticada pelos humanos, “a máquina inteligente” será de grande utilidade; mas a sua aceitação deixará de ser pacífica, quando centenas de milhões de postos de trabalho forem substituídos pela inteligência artificial; provocando uma devastação social global, porque vai abranger todas as classes sociais.
No início as máquinas inteligentes não terão direitos; e serão protegidas através de normas jurídicas, que vão acompanhar a sua evolução; aliás, a ciência adianta como necessário um regulamento que limitará o seu desempenho, para que os humanos sejam poupados, mas essa será numa curta e conflituosa transição.
Uma “mente digital” dentro de uma máquina, poderia ser o último dos capítulos de uma evolução transitória, que já se encontra em estudo nos laboratórios científicos; o que irá colidir com grandes obstáculos de natureza ética, social e religiosa, que temem que a evolução da inteligência artificial, possa ser uma séria ameaça para a espécie humana.
Por exemplo; a resposta de uma máquina inteligente para acabar com o aquecimento global do Planeta Terra, seria acabar de vez com a principal causa do efeito de estufa que somos nós os humanos, indo de imediato à raiz do problema.
Muitos de nós, acham que os riscos que temos que enfrentar pela nossa dependência dos sistemas inteligentes são elevados, mas esta já é uma realidade sem retorno; e de que as máquinas rapidamente se tornam muito mais inteligentes que os humanos, é um facto incontornável; porque existem estudos e investigações que o provam, mas que ainda não são de conhecimento público; porque iria desencadear um grande desconforto e alerta a nível Mundial, que nos colocaria numa posição de seres inferiores perante as máquinas; uma situação de que não tenho a mínima dúvida, de que virá a acontecer.
Presentemente, para o bem ou mal somos nós os humanos que controlamos o destino dos nossos animais, que só sobrevivem se nós quisermos; o mesmo farão as máquinas conosco, quando deixarmos de ter qualquer utilidade para elas.
A nossa dependência da máquina, é uma realidade que não terá retorno; sem que nos apercebamos, elas já são as responsáveis por mais de 80% dos desempregos em todo o mundo; que os sistemas sociais vão colmatando com subsídios e reformas antecipadas, o que a máquina “porque desprovida de sentimentos” acabaria com toda a certeza.
Nos últimos 10 anos, 60% do desemprego nos EUA é devido à automatização.
Os humanos por decisão própria, vão deixar de ser a única inteligência dominante na Terra; os dados estão lançados, e deles vamos retirar todas as consequências; entre elas, aquela que pode levar a nossa à nossa espécie à total extinção.
J. Vitorino – Jornalista e Diretor