Os caminhos da sobrevivência, por Joaquim Vitorino
A ciência terá pela frente grandes desafios futuros, para nos colocar no pináculo da tecnologia que ambicionamos; onde um dos objetivos é atingir a imortalidade da nossa espécie, que numa perspectiva mais otimista, será conseguida dentro de dois a três mil anos.
Parece uma meta difícil de alcançar, mas não passa de mais uma etapa desde que abandonámos as cavernas à beira do lago Tanganica há um milhão e meio de anos, (onde se concentra 1/6 da água doce da Terra).
É uma velha ambição do homem, mas terá pela frente um longo caminho a percorrer; em que o tempo e a inteligência humana, não serão os únicos condicionantes que determinarão esse objetivo.
As condições climáticas no Planeta Terra, um holocausto nuclear provocado pelo homem, uma epidemia devastadora utilizada como arma de guerra, ou a queda de um grande meteorito, colocaria um ponto final na “magia tecnológica da espécie humana”.
No entanto; a morte por velhice pode ser (contrariada) dentro 40 a 50 anos; se tem menos de 30 e estiver a ler este artigo, só morrerá de morte natural depois de fazer 120 ou 130 anos numa primeira fase; e daqui a 500 anos a nossa espécie, poderá facilmente chegar aos 300 de longevidade.
Esta velha ambição pode parecer uma utopia mas está longe disso; porque já existem várias técnicas em estudo para que no futuro, possam ser substituídos vários órgãos e tecidos do corpo humano; a exemplo o coração, cujo transplante mecânico vai ser em breve uma realidade.
A engenharia genética tem vindo a aprofundar a pesquisa em métodos de renovação, e até mesmo de sistemas inteiros para reverter o envelhecimento celular; e acredita-se que a longo prazo, é possível renovar ou rejuvenescer o corpo humano para duplicar a vida numa fase inicial, usando a biotecnologia avançada no campo da medicina.
A espécie humana é uma sofisticada máquina biológica.
A mente, que serve para descrever as funções superiores do cérebro humano será a questão fundamental, que está no centro da investigação para o prolongamento da vida; porque não faria sentido o homem elevar a sua existência a 500 anos, sem que o cérebro e a mente não acompanhassem a evolução.
Mas existem outros fatores a serem equacionados, como por exemplo a consciência que perfaz um todo com a mente; em que religião e ética serão colocadas numa ampla discussão, para que a ciência possa refazer e rejuvenescer um corpo através da robótica; onde o “backup da mente” romperia com um conceito milenar, de que o autor não quer aprofundar.
A exemplo; os cérebros mais brilhantes e de utilidade relevante para a humanidade em áreas como a científica, política ou religiosa, seriam conservados para posterior reutilização.
Numa primeira fase a ciência será confrontada com duas situações distintas; parar o envelhecimento para o manter inalterável em qualquer idade, ou simplesmente quando o humano atinge o estado de adulto.
Há muito que o rejuvenescimento das células humanas é a prioridade dos investigadores; cujo objetivo, incide na complicada substituição dos órgãos vitais do corpo humano; mas faltava o domínio da cibernética, para que um corpo que receba “várias peças” funcione na perfeição; sendo precisamente neste campo, que a investigação tem surpreendentemente avançado.
No futuro os seres humanos terão uma vida longa e saudável; não existindo situações em que a ciência não tenha capacidade para intervir.
Será uma longa caminhada, que levará a nossa espécie à sobrevivência sem limites; onde a inteligência artificial (IA), vai desempenhar um papel fundamental no processo, que será concluído com a obra-prima dos humanos; que será no futuro poder atingir o backup da mente, o Santo Graal da biotecnologia”.
Joaquim Vitorino – Jornalista
Diretor do Vila de Rei