
Uma porta aberta ao Infinito, por J. Vitorino
O radiotelescópio Chandra foi Lançado a 23 de julho de 1999 pelo (Vai Vem Espacial Columbia).
Foram duas décadas a revolucionar o campo da cosmologia, da astronomia e astrofísica, e a contribuir para o avanço no conhecimento do Espaço Intergaláctico.
O Chandra tem três particularidades; a missão que o colocou no espaço foi a primeira a ser comandada por uma mulher a Comandante Eileen Collins, e também é o mais afastado telescópio da Terra; duzentas vezes mais que o Hubble, e orbita a um terço da distância entre nós e a Lua.
Comandante Eileen Collins
O Chandra tem a incrível capacidade de observar e acompanhar uma partícula, até ao último milésimo de segundo a cair num buraco negro.
Algumas das observações foram feitas a partir de Quasars, cuja luz viajou milhares de milhões de anos para chegar à Terra.
O nome de Chandra é uma homenagem a um físico Indiano com o seu nome.
O Radiotelescópio Chandra (acima na foto), revolucionou os anos de Ouro da Astronomia.
O que este Big Brother do cosmos vê com uma incrível precisão, é o regresso a um passado de milhares de milhões de anos de acontecimentos cósmicos, que nos vai ajudar a entender o Universo, desde o primeiro milésimo de segundo do tempo.
A 3 de abril de 2013, o Chandra enviou para a terra uma Imagem que deixou os Astrónomos surpreendidos; o Hubble já a tinha transmitido antes, mas não com a mesma nitidez.
Eu estou sempre a acompanhar as últimas novidades, e em contacto frequente com Sites dos Grandes observatórios como é o caso da ESO e da NASA, mas nunca tinha visto nada semelhante; a imagem que vou anexar ao artigo, deixou a comunidade científica muito apreensiva.
Situado na pequena nuvem de Magalhães, existe um amplo aglomerado de estrelas descoberto em 1826 pelo astrónomo James Dunlop, é a NGC 602 visível na direção da constelação de Hydrus.
Esta nebulosa encontra-se a cerca de 100 mil anos luz de distância da nossa Galáxia Via Láctea; que também tem a mesma distância em diâmetro; mas como o Planeta Terra está posicionado numa espiral, levaríamos 180 mil anos luz a lá chegar; e para termos uma ideia da imensidão do cosmos, a nuvem de Magalhães onde se encontra a NGC 602, é a nossa vizinha mais próxima.
No passado, os astrónomos tinham grande dificuldade em observar as Galáxias não espirais devido à poeira galáctica, que presentemente foi ultrapassada com a colocação de telescópios em orbita.
A Imagem que não foi trabalhada, é a figura nítida de um Bebé que para nós humanos simboliza o berço da Humanidade.
A Nebulosa NGC 602 – também conhecida dos Astrónomos como a (Baby Face)
É mais que provável, que a vida tenha eclodido há milhares de milhões de anos noutros locais do Universo, ou algures na nossa Galáxia; e que tenha evoluído para escalões de inteligência, que nem os mais prodigiosos conseguem imaginar.
Provavelmente existiram civilizações na nossa Galáxia e também noutras periféricas, que atingiram níveis de evolução muito próximos da perfeição.
Helix NGC 7293 – Olho do Universo
Não tenho dúvida, de que terão conhecimento da nossa existência, mas não têm de todo algum interesse no nosso contacto; porque ainda não estamos preparados para os receber.
O homem é o único animal no nosso habitat que pensa o Universo; mas o instinto que importou das cavernas do qual ainda não se conseguiu livrar, poderá conduzir a nossa espécie à extinção; até porque o momento atual de conflitualidade, vai no caminho do mais que provável conflito nuclear em larga escala.
Com este meu artigo junto a Estrela de neutrões Cassiopeia A, que o Chandra vem a observar desde que foi lançado há 20 anos; e ainda a imagem de uma criança que o Chandra nos enviou; para a qual deixo ao vosso critério de análise e imaginação.
Existe uma questão em que todos devemos refletir; afinal quem somos nós humanos? Numa escala cósmica, o Telescópio Chandra mostrou-nos pela primeira vez o infinitamente pequenos que somos.
J. Vitorino – Astrónomo amador – Jornalista
Diretor do Jornal Diário On Line Vila de Rei
