EDITORIAL: A Europa em mudança, por J. Vitorino

EDITORIAL: A Europa em mudança, por J. Vitorino

Liberalismo versus Coletivismo

Existiram no passado alguns exemplos na Europa e no Mundo, em que os dois sistemas foram confrontados e os resultados não devem ser esquecidos.

As guerras e (limpezas étnicas e ideológicas), fizeram mais de 500 milhões de vítimas no século XX, que foi o mais mortífero da história da humanidade.

Os (cérebros) que normalmente são financiados pelos sistemas capitalistas, ultimamente inverteram as táticas que vinham a utilizar nas teorias e conceitos desenvolvidos por Marx, acerca da evolução dialética da história dos povos.

Mas uma nova injeção de termos teóricos para esquecer o autor e fazer prevalecer a perspectiva revolucionária, estão a deturpar a realidade da história.

Esperam (dizem), por uma nova ordem económica que tarda em chegar; sem a qual os pobres serão cada vez mais e que o capitalismo continua a grassar, afastando a justiça social para os países mais vulneráveis e subdesenvolvidos.

Por outras palavras; os arautos do coletivismo e do liberalismo, apropriam-se de ideias que depois transformam no inverso, divulgando-as como sendo formadoras da consciência e da cultura dos povos; em suma, reconhecem o capitalismo e as crises financeiras, como um dano colateral do próprio sistema.

Ocultando que a liberdade dos povos, não está sujeita ao empobrecimento da maioria dos cidadãos no mundo; assim como o número dos que são marginalizados dos benefícios sociais do sistema capitalista inclusive, o da formação que os liberta do modelo de robotização, que está veiculado à dinâmica da evolução tecnológica, que não pode ser descuidada.

As massas trabalhadoras organizadas em movimentos sociais, como sindicatos e associações, grupos ou partidos políticos, assumem a condução de uma classe explorada e marginalizada, despojada do património e dos benefícios do Estado, que tem sido vendido a retalho a empresas estrangeiras.

Motivo pela qual, começam a constituírem-se como um exército em defesa da liberdade e dos direitos adquiridos; e também (dizem), na defesa da soberania do seu país; contra os desmandos de uma elite que se juntou ao clube dos ricos europeus, forjando uma falsa imagem e deturpando a realidade, com o objetivo de chegarem ao poder.

Recentemente um Chefe de Estado da américa latina, denunciou o neoliberalismo instaurado no seu país pelos seus antecessores; que só intensificou a profunda crise e deixou a maioria da população na pobreza; lembro que este país a Argentina, já fez parte dos mais ricos do Mundo; essas políticas liberais são a fonte das crises económicas, do subdesenvolvimento e do desemprego disse.

País que entra numa situação semelhante, levará 20 anos para iniciar a recuperação, e outros 50 para a completar; deixando para trás danos irrecuperáveis nos alicerces do seu desenvolvimento que a exemplo de Portugal, enfrenta uma grande concorrência vinda do exterior.

Quando se começa é difícil de parar e nós portugueses somos disso um flagrante exemplo; nos últimos anos foram privatizadas dezenas de empresas, que representavam os serviços básicos a começar pela EDP e companhias das águas, correios e bancos, escolas e hospitais a serem privatizados; como a agricultura nas margens do Alqueva, onde as grandes produtoras de vinhos e azeite passaram para a posse de estrangeiros.

O incrível, é que tudo se passou nos últimos 15 anos.

A nossa referência como povo é o extenso mar que deu origem ao Império Português; que também começou a ser fatiado a partir do dia em que fomos integrar a União europeia; hoje que somos os mais subdesenvolvidos, mais pobres e com a taxa de literacia mais baixa da Europa, sabemos que a nossa integração apenas veio beneficiar 25% dos portugueses.

Portugal vai continuar a empobrecer e alienar o seu património; findo o qual será confrontado com dois sistemas, o liberalismo e o coletivismo. 

A grande verdade, é que a Nação portuguesa está a ser neste momento confrontada com dois modelos; onde a cedência às ideologias coletivistas durante as últimas duas legislaturas, levou o país à estagnação da sua economia, onde os resultados em todos os setores da vida Nacional falam por si;  professores, saúde pública, polícias, bombeiros, administrativos e Autarquias, estão na linda da frente do descontentamento.

OBS: A democracia é a pedra basilar da equidade e da justiça social, e única resposta para travar os extremos que nunca serviram o Estado de Direito, mas apenas para dividir os portugueses.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor do Jornal Vila de Rei

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