Situação climática em acelerada deterioração, por J. Vitorino
Preservar o clima no Planeta que habitamos a (Terra), é uma exigência que se coloca a todos os líderes mundiais.
A prioridade centra-se na preservação da espécie humana, e também proteger as outras espécies ameaçadas pela ação do homem.
A atual civilização tecnológica, tem contribuído para uma acelerada deterioração climática.
O homem é o principal responsável; e ao contrário de algumas especulações, ele nunca conseguirá ter o domínio sobre o clima; porque a Terra é um Astro vivo, inconstante e totalmente incontrolável.
Com base nesta realidade, teremos que ser nós a ajustarmo-nos ao clima que temos, construindo máquinas para nos substituir em condições em que o homem não tem capacidade de intervir.
Para inverter essa limitação, vamos precisar de mais uma geração de evolução tecnológica, para que a ciência avance no sentido de podermos no futuro beneficiar de uma Terra limpa.
Atualmente milhares de milhões de humanos ainda vivem diretamente da energia fóssil; e a restante população terrestre, está indiretamente ligada às tecnologias dos seus derivados; sendo uma utopia pensar, que tudo se pode alterar com um único clique.
O processo de mudança nos comportamentos de consumo, face às exigências dos que se dizem defensores de um Planeta livre de poluição, tem que ser feito gradual e sem radicalismo; como tem sido exigido pelos movimentos, aos quais se colaram partidos políticos cujo objetivo é captação de votos, sem terem em conta o rigor científico necessário, para se avaliar as perdas e ganhos da radicalização da causa climática, que está a enriquecer muita gente, e a levar radicais ao poder em vários países, através da “boleia abusiva” da causa do clima .
E não é a chamar de mentirosos, e que tenham vergonha aos líderes mundiais presentes nas cimeiras do clima como aconteceu nas Nações Unidas, que se resolve o problema.
Convém lembrar; que é a eles que cabe a responsabilidade, de retirar centenas de milhões de seres humanos da pobreza extrema; uma realidade que passa ao lado daqueles que se dizem os defensores do clima na Terra, esquecendo mais de 1000 milhões de humanos que vivem em condições inaceitáveis.
É neste contexto; que todo o “alarido” por uma terra limpa, foi considerado uma fraude climática por 30.000 cientistas de todo o mundo.
O alarme de uma catástrofe do clima em curso, começou a ser utilizada como potencial meio para dar visibilidade política a algumas figuras conhecidas, como foi o caso Al Gore (ex-vice) de Clinton; tendo sido uma oportunidade para tentar sair de um certo anonimato; e ainda outros, que despudoradamente se juntaram às manifestações de jovens estudantes, como se viu na Cimeira de Madrid e Paris.
Não existe Planeta (B) foi o argumento, e na minha opinião não será preciso; porque este será o habitat dos humanos por mais uns três mil anos; é esse o “timing” científico, para dar ao homem a tecnologia suficiente, para o podermos abandonar em caso de necessidade extrema.
Os fenómenos climáticos violentos não foram provocados pelo homem, que utiliza as energias fósseis e outras matérias sem as quais, não podíamos viver o momento tecnológico atual.
Muitas das manifestações em nome do clima, carecem de um debate sério, para que os jovens do nosso país e do mundo saibam o que está em causa; e as limitações que existem para uma mudança radical no comportamento do consumo; que nenhum país pode fazer sem graves consequências, porque haveria um retrocesso na evolução tecnológica de que não podemos prescindir; precisamente, para no futuro podermos colocar a nossa espécie a salvo da extinção, em Marte, ou em pelo menos 3 das mais de 90 Luas de Júpiter
A defesa do clima e ambiente que não é a mesma coisa, tem que começar nas escolas primárias; para se aprender como devemos preservar a Terra, para que as futuras gerações possam ficar gratas à atual; ao recordarem quem foi que iniciou a grande viragem para o futuro de um Planeta sem poluição; tenho quase a certeza, que é isso que vai acontecer.
Recentemente a NASA divulgou que a Terra está mais verde, e também não é inteiramente verdade muita coisa que se diz sobre o efeito de estufa.
É preciso escutar a ciência para se saber em concreto o que ao longo dos tempos tem alterado o clima; se foram as três primeiras revoluções industriais (já estamos na quinta e ainda não se saiu da terceira) sendo este o grande problema; ou se também têm contribuído os ciclos de atividade solar mais intensa e as erupções vulcânicas na Terra.
As alterações do clima e as “lutas” em sua defesa tem sido muito bem orquestrado pelos radicais, e os cientistas não responderam de imediato deixando a dúvida alastrar.
Na verdade, os que andam nas ruas a gritar por um Planeta sem poluição, nada sabem sobre as causas verdadeiras que exigem medidas na contenção do consumo das energias fósseis é certo, mas esquecem que países como é o caso da China e Índia, ainda têm centenas de milhões de seres humanos para retirar da pobreza extrema.
A defesa do clima é uma medida que não pode ser colocada radicalmente em prática; nenhum país na Terra consegue fazer a mudança total em menos de 3 décadas (30 anos).
A exemplo; o país mais rico da Europa a Alemanha, é o que mais utiliza o carvão (o combustível fóssil que mais polui).
Central de carvão na Alemanha em atividade
Centenas de milhões de habitantes da Terra vivem diretamente das energias fósseis; que chega ao consumidor passando antes por todos os circuitos de comercialização e transformação; é do petróleo que se extrai quase tudo, o que nos levou ao boom tecnológico atual.
Voltando aos plásticos, imaginemos que os vamos substituir pelo papel que é derivado de árvores como o eucalipto, que é uma praga terrível para a desertificação dos solos; esta opção seria radicalmente contraditória, a tudo aquilo que está a alimentar a questão amazónica.
Lembro que a Suécia, que é o país de uma ativista do clima Greta Thunberg; que por ironia tem sido dos maiores produtores de papel extraído do eucalipto, que é o maior destruidor dos solos.
Greta Thunberg – ativista do clima
Quanto aos combustíveis fósseis que alimentam direta ou indiretamente metade da população da Terra; para os colocarmos de parte, teríamos que adaptar de raiz todas as indústrias no mundo a algo que ainda não sabemos bem o que será; porque não obstante estarmos na quinta revolução industrial, esta ainda utiliza a mesma matéria-prima que a primeira no início do Século XVIII.
É neste contexto que os humanos têm de encarar a defesa do seu habitat; temos que nos adaptar às condições do clima que temos, porque é de todo impossível que seja o clima a adaptar-se às nossas.
O que os ativistas estão a exigir das Nações com aplicação imediata é de todo impraticável; porque se fosse reduzido para metade o consumo das energias fósseis nos próximos 20 anos, centenas de milhões de seres humanos morreriam de fome; saíam dos seus países em busca de sobrevivência, provocando um efeito migratório devastador em todo o mundo.
A resposta é a educação, e restringir ao mínimo os meios de transporte mais poluidores e o uso de plásticos; e como alternativa colocar ao serviço meios não poluentes, o que não tem acontecido.
A exemplo; Portugal que é um país bem servido de autoestradas, mas não existem carregadores para carros elétricos suficientes, para que torne apelativa a sua opção; para além da aquisição de um veículo elétrico, que duplica em custo o tradicional movido a combustível de derivados do petróleo.
J. Vitorino – Jornalista e Diretor