
A mais longa viagem , por J. Vitorino
Com mais de 44 h0ras de voo e 32000 quilómetros percorridos, o Papa Francisco bateu todos os recordes anteriores de viagens papais.
À exceção de Timor, em todos os locais que visitou os cristãos são uma minoria; incluindo a Indonésia, que é o maior país muçulmano do Mundo.
Vivemos um dos períodos mais conturbados e perigosos da história da Humanidade; é preciso uma nova ética e um novo rumo, para minimizar a diferença cada vez maior entre ricos e pobres; que está na origem das grandes conflitualidades entre povos e Nações; e a ser um meio de propaganda, para justificar o radicalismo religioso e ideológico.
O Chefe supremo da Igreja Católica, sabe ser muito difícil alterar uma situação de injustiça milenar, que também se instalou na sua própria Instituição; mas os tempos têm que ser de mudança, e a religião Cristã tem que dar o exemplo.
Se este terrível quadro não mudar, a humanidade começa a perder a esperança de ver algum equilíbrio e aproximação, entre os que tudo têm e os que nada possuem.
Desde a sua primeira apresentação aos fiéis que Francisco pediu humildemente para que rezassem por Ele, para reforçar a sua determinação em alterar alguns dos paradigmas que no passado e recentemente, afastaram muitos fieis da Igreja.
É para os fazer regressar, que os últimos três Papas desempenharam um papel determinante numa viragem de atitudes e preconceitos, tendo como alvo principal os Jovens, que foram sempre uma preocupação de São João Paulo II; porque serão eles os grandes transmissores das novas doutrinas e mentalidades, que terão como base a defesa dos direitos humanos, alicerçados na solidariedade, no conhecimento e na dignidade humana; só assim a Igreja Católica conseguirá reafirmar-se, na vanguarda daqueles que defendem um mundo justo.
João Paulo II despertou a Juventude; sabia que seriam eles a dar o início à esperada mudança, invertendo muitos dos comportamentos que são algumas das causas identificadas do empobrecimento, que tem provocado terríveis danos sociais irreparáveis, numa sociedade que entrou em declínio vertiginoso.
O Papa Francisco alertou várias vezes que é urgente alcançar algum equilíbrio na repartição de bens, que leve à erradicação da fome no planeta; e que a zona com mais incidência deste flagelo a curto prazo será a Europa , que foi o berço civilizacional e do Cristianismo.
João Paulo II foi o percursor da grande abertura a leste, com o movimento solidariedade na Polónia e a queda do muro de Berlim; ele sabia bem, que a missão de que fora incumbido não a iria completar em vida; sempre a seu lado esteve Bento XVI, que iria ser um Papa de transição por duas razões; João Paulo II não era de fácil substituição, e Bento XVI que nasceu na Alemanha optou por abdicar; abrindo caminho a Francisco I que é o primeiro Franciscano a ocupar a cadeira de São Pedro.
Após ser aclamado Papa, Francisco alertou a comunidade internacional de que muitos países estavam a empobrecer a um ritmo muito perigoso, situação que poderá levar a um conflito entre nações ricas e pobres; tendo de imediato utilizado a sua autoridade num papel de mediador no combate às grandes desigualdades; uma situação explosiva, que já entrou em contagem decrescente.
A trilogia de Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco I não foi um mero acaso; o mundo precisava de um novo rumo, que o afastasse da diferença cada vez maior entre ricos e pobres; não existindo qualquer dúvida, que esta enorme assimetria está na origem de muitos dos conflitos que há milhares de anos, marcam negativamente a coexistência pacífica entre povos e Nações.
Francisco sabe que não vai ser tarefa fácil alterar esta situação de injustiça milenar; mas os tempos têm que ser de mudança, e a Igreja Católica tem que dar o exemplo.
São João Paulo II abordou com toda a certeza este tema com Bento XVI; foram amigos de longa data e antes de falecer, certamente pensou se o seu substituto não seria o seu velho amigo.
O Papa Bento XVI foi um homem dotado de uma enorme inteligência e sentido do dever; que colocou acima de tudo a Igreja, a quem sempre serviu com inquestionável lealdade; onde terá que haver uma mudança urgente, para relançar a Fé e a solidariedade entre os homens, povos e Nações; por isso abdicou para dar lugar a alguém, que desse continuidade à mudança iniciada por João Paulo II.
Todos os dias, o número de seres humanos que atingem a pobreza extrema é milhares de vezes superior ao de novos milionários; não obstante serem uma minoria, detêm 93% da riqueza mundial; esta realidade coloca um em cada quatro de nós, a lutarem todos os dias pela sobrevivência.
Se este terrível quadro não mudar, muitos serão os que começam a perder a esperança de algum dia poderem ver, algum equilíbrio e aproximação entre os que tudo têm, e os que nada possuem.
Nunca um Papa, desde que foi a sua primeira apresentação aos fiéis pediu que rezassem por ele; porque sabe, que milhões a rezar reforçará a sua determinação, em alterar alguns dos paradigmas que no passado e recentemente, afastaram milhões de fiéis da Igreja.
É para precisamente para os fazer regressar, que estes três Papas vão desempenhar um papel fundamental nesta viragem de atitudes e preconceitos; em que o alvo principal serão os Jovens, que foram uma preocupação constante de João Paulo II; porque serão eles no futuro, os grandes transmissores de novas mentalidades, que terão como base a defesa dos direitos humanos; alicerçados na solidariedade, no conhecimento e dignidade dos povos; só assim a Igreja Católica, conseguirá reafirmar-se na vanguarda dos que defendem um mundo justo.
João Paulo II despertou a Juventude; sabia que seriam eles a dar o início à esperada mudança, invertendo muitos dos comportamentos que são algumas das causas identificadas do empobrecimento, que tem provocado terríveis danos sociais, em que muitos deles são irreparáveis.
Aos 87 anos, Francisco está decidido a lançar este alerta até ao fim do seu Pontificado; a paz no mundo só será alcançada com um equilíbrio na repartição de bens, que leve à erradicação da fome no Planeta.
A juventude de todo o mundo em particular a Cristã, terá em suas mãos a difícil decisão de inverter o terrível paradigma, que é a humanidade escolher os caminhos da solidariedade entre povos de diferentes culturas e nações, ou optar pela degradação social e desigualdades a todos os níveis, que nos conduzirão com toda a certeza à confrontação; que em situação desesperada, entrará como último recurso a “força nuclear em larga escala”, com a consequente extinção da espécie humana a longo prazo.
Francisco tem uma missão a cumprir; que é sensibilizar os líderes políticos e religiosos das várias Nações, para o flagelo da fome, da intolerância e da desigualdade; aparecendo no momento certo, para deixar uma réstia de esperança ao mundo.
Joaquim Vitorino – Jornalista Diretor
