Atual civilização em risco de colapsar, por J. Vitorino

Atual civilização em risco de colapsar, por J. Vitorino

Esta que será a última das civilizações na Terra, está a dar sinais evidentes de que o fim pode estar próximo; porque de todos os perigos que terá que enfrentar, o mais ameaçador de todos, é da autoria do próprio homem.

Em menos de 80 anos (1945/2024), os humanos muniram-se de capacidade nuclear para destruir a Terra mais de 100 vezes.

Mas não é o único perigo que a espécie humana terá que enfrentar.

O excesso do consumo energético e o aumento demográfico no planeta Terra, está a acelerar o fim da atual civilização, onde os sinais são mais que evidentes.

Efetivamente; se os países emergentes como é o caso da China e Índia, mas também Indonésia e Brasil e outros países que integram o grupo em desenvolvimento, conseguirem fazer sair da pobreza mais de 50% da sua população, isso resultaria num aumento de consumidores em mais 1.400 milhões de humanos, o equivalente a duas vezes a população da Europa.

Nestas condições os recursos energéticos ainda ao dispor do homem, não conseguiriam dar resposta para enfrentar esta nova onda de consumismo, esgotando-se em duas décadas aproximadamente; remetendo os padrões de consumo humano, para o período anterior à primeira revolução industrial nos finais do século XVIII, com a agravante de entretanto termos duplicado a população mundial.

É um cenário preocupante e aterrador, que o cidadão comum não se apercebe; mas que tira noites de sono aos Cientistas, que anteveem o que poderá representar o regresso ao passado, onde todos os conhecimentos adquiridos até ao presente terão que ser colocados na gaveta, por não haver matéria-prima para lhes dar continuidade.

Um grupo de investigadores liderados pelo matemático indiano Safa Motecharri, concluíram que o declínio das civilizações que estiveram no auge, é um ciclo recorrente ao longo da história humana.

As causas identificadas; incidiram na dinâmica Homem-Natureza, onde os fatores população, clima, água, agricultura e energia desempenharam um papel preponderante; ajudando a determinar o “alto risco” do fim da atual civilização industrial; onde alguns condicionalismos convergentes levarão ao seu colapso tendo como causas, a exploração prolongada dos recursos energéticos, provocando um tremendo desequilíbrio ecológico.

As desigualdades provocadas na exploração dos recursos da Terra, levaram à estratificação das sociedades elitistas; que são as que mais contribuíram para o fim do ciclo, a que se junta o “boom populacional” e o consequente consumismo.

Conclui-se em estudos de grande rigor, que os fenómenos sociais desempenharam ao longo dos anos, um papel central no processo do colapso civilizacional; os mesmos fatores, que vão determinar o fim da sociedade elitista e industrial.

Mas não podemos pensar apenas em nós;  a taxa de destruição das outras espécies, atingiu o nível de há 65 milhões de anos; quando um enorme asteroide colidiu com a Terra na Península do Yucatán, no Golfo do México, levando à extinção os dinossauros e outras espécies, levando ao reinício do processo com os sobreviventes a partir da água e do subsolo.

A diferença, é que o homem de hoje é o asteroide que depois de concluir o “seu trabalho”, vai ser o percursor de um outro ciclo de povoação na terra, que inicialmente será representada por “bactérias e escaravelhos” que irão assumir o nosso lugar.

As sociedades consumistas, embrenharam-se numa luta feroz por um padrão de vida sem regras; não se dando conta que as outras espécies, estão a desaparecer a um ritmo 1000 vezes superior ao da extinção natural.

O declínio da biodiversidade mundial, que envolve uma drástica redução populacional de inúmeras espécies selvagens, tem conduzido à destruição do ecossistema em larga escala causada pelo homem moderno, provocando a insustentabilidade que se tem vindo a agravar exponencialmente; sendo sempre acompanhada pela explosão demográfica modelo este, que está na origem do seu mais que provável colapso.

J. Vitorino – Jornalista – Diretor

 

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