Carros de Coleção em Portugal

Carros de Coleção em Portugal

Plymouth Special De Luxe 1950

O Clube português de automóveis antigos CPAA, é uma instituição Sociocultural que dá assistência a milhares de colecionadores; e também o maior impulsionador do desporto automóvel clássico em Portugal.

O CPAA tem sido grande motivador e defensor do Automóvel de Coleção em Portugal; creio não haver um único português, que não sinta a nostalgia romântica do passado, quando tem a “sorte” de ver passar nas nossas estradas, Vilas ou cidades um carro clássico ou antigo.

Essas raras belezas, que constituem um incalculável valor patrimonial e cultural, deram trabalho a dezenas de milhares de pessoas, que estiveram ligadas ao setor automóvel; mas que hoje estão no desemprego ou anteciparam a reforma, pelo motivo que exporei mais à frente.

Esta mais valia está a ser desaproveitada, porque podiam ajudar o país com os seus conhecimentos em veículos antigos, criando no setor uma apreciável  riqueza; que seria retirar da pobreza para o mercado de trabalho, muitos que sabem e gostam de trabalhar nestas maravilhas do século XX.

Existem em Portugal, dezenas de milhares de carros antigos de inestimável valor a apodrecerem nas caves e garagens, à espera de legislação apropriada para que possam novamente circular; muitos deles, têm valores no mercado acima das dezenas (e em alguns casos centenas) de milhares de euros, que poderiam ser transacionados para fora do país alguns; enquanto outros, seriam importados para serem aqui recuperados para dar trabalho a milhares de desempregados do setor.

Portugal não se pode dar ao luxo, de atirar para as lixeiras 200.000 carros antigos enquanto os governantes portugueses, utilizam carros topo de gama que são pagos pelos contribuintes; e recusam legislar o setor a exemplo de todos os países europeus, preferindo ver na pobreza e desemprego aqueles, que pagaram com impostos as viaturas em que se fazem transportar.

Lembro aos responsáveis pela  legislação do setor automóvel, que 40 por cento dos portugueses nunca tiveram posses para comprar um carro novo; e que o luxuoso parque automóvel ao serviço do Estado português, não é seguido pelos países ricos da Europa, que se fazem transportar em carros ou bicicletas de que são os proprietários, para irem para os seus  gabinetes de trabalho ou parlamentos, (a Holanda) é um dos muitos exemplos).

O exagerado valor a pagar para colocar estes carros a circular, para além da aquisição e recuperação, excede várias vezes o que valeriam depois de recuperados; precisamente, pela injusta tributação a que estão sujeitos.

Muitas têm sido as tentativas do ACP para que esta situação mereça a atenção de quem de direito, mas tem que fazer muito mais; porque se a legislação não for urgentemente mexida, nada mais resta que atirar para o lixo este vasto património que foi adquirido com muito trabalho, e em muitos casos sacrifícios.

Se nada for feito; a maioria destes valiosos automóveis serão levados para fora do país ao preço da chuva, deixando o país cada vez mais pobre; enquanto vários milhares vão apodrecer, ou serão devolvidos aos fornos.

A aquisição de um carro novo não tem necessariamente que seja atirado um antigo para a sucata.

Como acima referi, em países ricos no norte da Europa, muitos que ocupam altos cargos públicos vão para os seus gabinetes em carros clássicos de que são os proprietários; poupando aos contribuintes milhões de euros, que serão aplicados em áreas sociais.

Eu próprio quando trabalhei no Reino Unido, transportei muitas vezes  num Bentley Continental com 30 anos, de East Sussex para o centro de Londres, um dos homens mais ricos da Grã Bretanha.

O ACP vai certamente continuar a exercer a sua pressão para apoiar e defender os seus associados, para que a lei seja alterada à semelhança de Espanha por exemplo.

Este riquíssimo património já se encontra em Portugal, não fazendo sentido que o país o queira desperdiçar, ao recusar aliviar a legislação que incide sobre o veículo antigo de valor colecionável.

Combater o desemprego neste setor que foi severamente atingido, e aumentar o valor Cultural e Patrimonial do país, é uma razão mais que suficiente, para que a atual legislação para o setor seja urgentemente revogada.

J. Vitorino

J. Vitorino – Jornalista 

 

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