Planeta Terra, à beira do colapso
O crescimento demográfico e industrial, tem nos últimos anos arrastado a Terra para o perigo quase irreversível da contaminação tóxica do ar que respiramos, da água que bebemos, e dos solos que nos alimentam; conduzindo o planeta para uma catástrofe de dimensões de difícil previsão, com o primeiro alerta dado pelo declínio dos oceanos; em que algumas das espécies se estão a extinguir sem darmos conta, mas que são aos milhares anualmente.
Outras vão-se afastando das orlas marítimas para se protegerem da poluição costeira, onde quase 90% da população mundial vive à beira dos mares e oceanos ou dos grandes rios, onde tudo é despejado como se de lixeiras se tratasse.
E quanto maiores são os aglomerados populacionais maior será a poluição periférica, forçando os pescadores a uma deslocação cada vez mais distante, para alimentarem os formigueiros humanos que habitam e poluem as grandes cidades costeiras.
Este drama terá consequências ainda mais dramáticas, quando para além dos mares e oceanos, forem severamente afetadas as zonas agrícolas periféricas das grandes cidades, saturadas pela poluição dos solos e da atmosfera; forçando à deslocação de grandes metrópolis algumas delas, terão em breve duas vezes a população de Portugal.
A exemplo; só em duas cidades como São Paulo e cidade do México, dentro de 25 anos terão mais população juntas do que a Espanha.
A Terra (berço da humanidade) vista da Lua em 1969.
Quanto ao ar que respiramos estamos a chegar ao limite concebível, e a situação está a agravar-se quase radicalmente sem que nos apercebamos; efetivamente, o que nos permite respirar oxigénio e usufruir de uma temperatura moderada está a chegar ao limite, tendo o processo já entrado em rápida aceleração.
Recentemente quando viajava a 11.000 pés (3350 metros) um pouco acima do normal por motivo de turbulência que é habitual na proximidade do golfo da Biscaia, no placar do avião indicava que a temperatura no exterior do avião era de 65 graus negativos; quando da partida no solo registava 25º; 1000 metros, é o espaço que temos para respirar e não o podemos contaminar.
É uma fina película que nos separa entre a crosta terrestre e uma zona respirável muito limitada; porque um pouco mais acima as temperaturas atingem mais de 50 graus negativos e não existe oxigénio para respirar.
Os buracos na camada superior do ozono são cada vez maiores, e estão na origem do aquecimento global; colocando em perigo iminente toda a estabilidade do nosso habitat.
Uma grande metrópole deserta e completamente devastada pela poluição atmosférica, é um cenário muito provável.
Lamento traçar este quadro negro mas não tenham dúvidas de que se nada for urgentemente feito em defesa do ambiente, num futuro que não está muito distante, não haverá alguém para poder comentar o que acabo de escrever.
Se não for invertido o fluxo de populações que se concentram nas orlas marítimas e nas margens dos grandes rios, a situação irá agravar-se rapidamente; colocando o planeta numa situação de insolvência alimentar, que será acompanhada de conflitos locais e globais, como está a acontecer um pouco por toda a parte.
Os humanos; para sustentarem o avanço tecnológico onde é de realçar a corrida ao armamento, desventraram o Planeta para dele extrair minérios e petróleo, deixando grandes cavidades no subsolo, onde em alguns locais o enfraquecimento da crosta pode levar ao seu abatimento, provocando sismos que se forem subaquáticos podem dar origem a tsunamis.
O perigo de não retrocesso é mais que evidente; e o que para os humanos pode parecer um processo lento, para a natureza já vai bastante avançado.
Lembro que a deterioração das lixeiras oceânicas é superior em tempo a uma civilização; e as montanhas de plásticos acumulados nos fundos dos mares e oceanos, estão a crescer a um ritmo assustador; tudo em consequência do que se extrai do subsolo para alimentar o crescimento da população mundial, com grande incidência nos países emergentes como a China e Índia, que estão numa fase imparável de crescimento económico; e embora compareçam nas cimeiras do clima como tem acontecido, dificilmente vão subscrever qualquer acordo, que ponha em risco o estatuto de novos colossos da produção Mundial.
Exigir a pequenos países como Portugal, algumas medidas em defesa do ambiente é sempre para ter em linha de conta, mas apenas como um exemplo; porque não representam mais que um grama de peso, no dorso de um elefante com duas toneladas.
J. Vitorino – Jornalista – Diretor