A catástrofe climática e um conflito nuclear em larga escala, são os maiores perigos de sempre no Planeta Terra.
O crescimento demográfico e industrial, tem arrastado o clima para o perigo irreversível da contaminação tóxica do ar que respiramos, da água que bebemos, e dos solos que nos alimentam; colocando o planeta à beira de uma catástrofe de uma dimensão devastadora para todas as espécies, onde a que está mais em perigo é precisamente aquela, que está na origem da provável sexta extinção em massa no Planeta que habitamos a Terra.
O primeiro alerta foi dado pelo declínio dos oceanos, em que algumas das espécies se estão a extinguir aos milhares anualmente; outras vão sobrevivendo afastando-se das orlas marítimas, para se protegerem da poluição.
Quase 80% da população mundial, vive à beira dos mares e oceanos ou dos grandes rios, onde tudo é despejado como se de lixeiras se tratasse; quanto maiores são os aglomerados populacionais, tanta maior será a poluição, forçando os pescadores a uma deslocação cada vez mais distante, para alimentarem os formigueiros humanos que habitam e poluem as grandes cidades costeiras.
Este drama terá consequências dramáticas, quando para além dos mares e oceanos forem severamente afetadas as zonas agrícolas periféricas das grandes Cidades; quando os solos já saturados pela poluição, forçarem à deslocação de grandes Metrópolis onde algumas delas, terão em breve três vezes a população de Portugal.
Quanto ao ar que respiramos, estamos a chegar próximo do limite concebível, e a situação está a agravar-se quase radicalmente sem que nos apercebamos; efetivamente, o que nos permite respirar oxigénio, e usufruir de uma temperatura moderada está a chegar ao fim; tendo este processo já entrado em rápida aceleração.
Recentemente quando viajava a 11.000 pés (3350 metros), notei que no placar do avião indicava que a temperatura no exterior era de 65 graus negativos; quando da partida no solo registava 25º, e já na descida a 3.000 metros a temperatura ainda estava próxima dos 30 graus negativos; 1000 metros, é o espaço que temos para respirar e não o podemos contaminar.
A fina película que nos separa entre a crosta terrestre, e o espaço que permite a vida é muito limitada; um pouco mais acima, as temperaturas atingem 50 graus negativos, onde não existe oxigénio para respirar.
Os buracos na camada superior do ozono são cada vez maiores, e estão na origem do aquecimento global; colocando em perigo toda a estabilidade do nosso habitat a Terra; com os climatologistas mais credenciados do mundo, a alertar os responsáveis para esta terrível previsão; que se nada for urgentemente feito em defesa do ambiente, num futuro que não está muito distante, não existirá alguém para poder comentar o que acabo de escrever.
Se não for de imediato invertido o fluxo de populações que se concentram nas orlas marítimas e nas margens dos grandes rios, a situação irá agravar-se rapidamente, deixando o planeta numa situação de insolvência alimentar, que será acompanhada de conflitos locais e globais, como já está a acontecer um pouco por toda a parte.
Os humanos, para sustentar o avanço tecnológico onde é de realçar a corrida ao armamento, desventraram o Planeta para dele extrair minérios e petróleo; deixando grandes cavidades no subsolo, que em alguns locais o enfraquecimento da crosta pode levar ao seu abatimento; provocando sismos que se forem subaquáticos, podem dar origem a grandes tsunamis.
O perigo da atual situação climática ser irreversível é mais que evidente; e o que para os humanos pode parecer um processo lento, para a natureza já vai bastante avançado.
Note-se que a deterioração das lixeiras oceânicas, é superior em tempo a uma civilização; e as montanhas de plásticos acumulados nos fundos dos mares e oceanos, estão a crescer a um ritmo assustador; tudo em consequência do que se extrai do subsolo para alimentar o crescimento da população mundial, com grande incidência nos países emergentes, que estão numa fase imparável de crescimento económico.
Os países que são os maiores causadores pela poluição como a China, Estados Unidos e Índia, comparecem nas cimeiras do clima mas dificilmente vão subscrever qualquer acordo, que ponha em risco o seu crescimento; porque de momento só têm um objetivo a cumprir, que é retirar os seus povos do caudal de pobreza em que vivem, ou retirar grandes dividendos na venda da energia provenientes dos fósseis como os Estados Unidos por exemplo.
A Europa irá impor medidas para proteção do clima; mas o problema continuará insolúvel, porque deveriam ter sido tomadas há 30 anos no mínimo; em países pequenos como Portugal, o que fizerem para minimizar o efeito de estufa é de ter em conta, mas apenas como um exemplo; porque apenas representam uns gramas de peso, no dorso de um elefante com duas toneladas.
J. Vitorino – Diretor – Astrónomo Amador