o possível colapso da atual civilização tecnológica
Safa Motecharri – Universidade de Maryland
O consumo das energias fósseis e o aumento demográfico, pode acelerar o fim da atual civilização tecnológica onde os sinais dados são mais que evidentes; mas a dependência da humanidade da sua utilização, determinou que não podemos terminar radicalmente com elas, sem colocar em risco de sobrevivência milhares de milhões de humanos, uma verdade que os radicais do clima não querem entender.
Efetivamente se os países emergentes como é o caso da China e da India, mas também o Brasil e outros países que integram o grupo em desenvolvimento, conseguirem fazer sair da pobreza mais de 50% da sua população, resultaria o aumento de consumidores em 1.400 milhões; o equivalente a duas vezes a população da Europa.
Nestas condições os recursos energéticos ainda ao dispor do Homem, não conseguiriam dar uma resposta para enfrentar a nova onda de consumismo, que se esgotariam em duas décadas aproximadamente; o que nos remeteria para o período anterior à primeira revolução industrial nos finais do século XVIII, com a particularidade de entretanto, ter triplicado a população Mundial.
É um cenário preocupante que o cidadão comum não se apercebe, mas que tira noites de sono aos cientistas que anteveem o que poderá representar o regresso ao passado, onde todos os conhecimentos adquiridos teriam que ser colocados nas gavetas, por não haver matéria-prima para lhes dar continuidade.
É uma situação imaginária que serve o radicalismo climático, mas com toda a certeza não vai acontecer; porque já estão a ser utilizadas concomitantemente energias alternativas, sempre utilizadas em proporcionalidade das que vão sendo desativadas, por serem mais poluentes como o carvão por exemplo.
O transporte elétrico foi o primeiro passo; e também o gás e hidrogénio que serão opções transitórias por serem extraídas do solo ou dos oceanos, até que a fusão nuclear esteja ao serviço da humanidade para os finais do século XXI princípios do seguinte; será dentro de 100 anos aproximadamente, que o Planeta começará a beneficiar da energia infinita 100 limpa, onde o trabalho e mérito caberá às próximas 4 gerações.
Um grupo de investigadores liderados pelo matemático Safa Motecharri, concluíram que o declínio das civilizações que estiveram no auge é um ciclo recorrente ao longo da história humana.
As causas identificadas incidiram na dinâmica homem-natureza onde os fatores população, clima, água, agricultura e energia, desempenharam um papel preponderante na sobrevivência da atual civilização industrial, onde alguns condicionalismos convergentes poderão levar ao seu colapso; como são a exploração prolongada dos recursos energéticos, provocando um tremendo desequilíbrio ecológico.
As desigualdades provocadas na exploração dos recursos, levaram à estratificação das sociedades elitistas, que são as que mais contribuíram para o fim do ciclo; a que se junta o boom populacional e o consequente consumismo nos países emergentes.
Conclui-se que os fenómenos sociais desempenharam ao longo da história dos povos, um papel central no processo do colapso civilizacional; os mesmos fatores que vão determinar o fim provável da atual civilização tecnológica, por não existir meios para lhe dar continuidade; ou por falta de matéria-prima ou opção política, em nome de uma Terra limpa como está a acontecer.
Mas não podemos pensar apenas em nós; a taxa de destruição das outras espécies atingiu o nível de há 65 milhões de anos, quando um enorme asteroide colidiu com a Terra na Península do Yucatán no Golfo do México, que levou à extinção os dinossauros e outras espécies; dando posteriormente à reiniciação do processo com os sobreviventes a partir da água e do subsolo.
A diferença é que o homem moderno, pode ser transformado no asteroide que depois de concluir o seu trabalho, vai ser o precursor de um outro ciclo de povoação na terra; que inicialmente será representada, por bactérias e escaravelhos que irão assumir o nosso lugar.
As sociedades consumistas embrenharam-se numa luta feroz por um padrão de vida sem regras definidas; não se dando conta que as espécies, estão a desaparecer a um ritmo 1000 vezes superior ao da extinção natural.
O declínio da biodiversidade que envolve uma drástica redução populacional de inúmeras espécies selvagens, tem conduzido à destruição do ecossistema em larga escala causada pelo homem; provocando a insustentabilidade que se tem vindo a agravar exponencialmente, sendo sempre acompanhada pela explosão demográfica; modelo este, que está na origem do seu mais que provável colapso.
Joaquim Vitorino