Juventude mundial vem reunir em Lisboa em 2023
Lisboa será em 2023 palco da Jornada Mundial da Juventude; é um evento religioso instituído pelo Papa São João Paulo II em 20 de dezembro de 1985, cujo objetivo é reunir milhões de jovens de todo o Mundo.
Faz todo o sentido, que Portugal tenha sido a nação escolhida para este encontro que durará oito dias, porque fomos os primeiros a levar a cultura ocidental e o testemunho da Fé Cristã aos quatro cantos da Terra; e como bons acolhedores que sempre foram, os portugueses vão receber o melhor que podem os Jovens de todo o Mundo; independentemente das suas culturas, raças, e religiões que professam.
Juventude mundial marcará presença em Lisboa
A trilogia de Papas, João Paulo II Bento XVI e Francisco I não terá sido um mero acaso; o Mundo precisava de um novo rumo, que o afastasse da diferença cada vez maior entre ricos e pobres; não existindo qualquer dúvida que esta enorme assimetria, está na origem de muitos dos conflitos que há milhares de anos, tem marcado negativamente a coexistência pacífica entre povos; é por isso que o intercambio entre os jovens será determinante, para acalmar as diversas tensões que se vivem no Mundo, muito particularmente neste momento em que vivemos.
Ponte Vasco da Gama
O grande encontro da Jornada da Juventude terá lugar no Parque das Nações em Lisboa junto à Ponte Vasco da Gama, precisamente num local onde a vista sobre o Rio Tejo será a que está representada na foto, que ficará para a posteridade como o “elo” das juventudes que vão estar a representar os seus países em Lisboa.
Francisco sabe que não vai ser tarefa fácil alterar esta situação de injustiça milenar; mas os tempos têm que ser de mudança, e a Igreja Católica tem que dar o exemplo.
O Papa Francisco será o “anfitrião da grande Jornada Mundial da Juventude”.
São João Paulo II abordou com toda a certeza este tema com Bento XVI; foram amigos de longa data, e antes de falecer certamente pensou, se o seu substituto não seria o seu velho amigo Joseph Ratzinger o que veio a acontecer.
Bento XVI é um homem dotado de uma enorme inteligência e sentido do dever, que colocou acima de tudo a Igreja a quem sempre serviu com inquestionável lealdade; onde terá que haver uma mudança urgente, para relançar a Fé e a solidariedade entre os homens, povos e Nações; por isso abdicou para dar lugar a alguém, que desse continuidade à mudança iniciada por São João Paulo II.
O Papa emérito Bento XVI, faz parte da trilogia da mudança.
Todos os dias o número de seres humanos que atingem a pobreza extrema, é milhares de vezes superior ao de novos milionários; que não obstante serem uma minoria, detêm 93% de toda a riqueza mundial.
Esta realidade coloca 2000 milhões de habitantes do Planeta Terra, a lutarem todos os dias pela sobrevivência.
Se este terrível quadro não mudar; muitos serão os que começam a perder a esperança de algum dia poderem ver algum equilíbrio, entre os que tudo têm e os que nada possuem.
Francisco tentou várias vezes levar o tema à discussão, e assume-o como uma missão a cumprir; mas precisa de muito apoio dos fiéis e também daqueles mais próximos de si, que terão que abdicar de muitos dos privilégios adquiridos ao longo dos tempos.
Nunca um Papa tinha antes pedido aos fiéis que rezassem por ele, como Francisco o fez no seu primeiro dia de Pontificado; porque milhões a rezar, reforçará a sua determinação em alterar alguns dos paradigmas, que no passado e recentemente afastaram milhões de fiéis da Igreja.
É precisamente para os fazer regressar que estes três Papas cada um ao seu tempo, vão desempenhar um papel fundamental nesta viragem em que o alvo principal serão os Jovens, que foram uma preocupação constante de São João Paulo II; porque serão os transmissores das novas mentalidades, que terão como base a defesa dos direitos humanos, alicerçados na solidariedade e no conhecimento e dignidade dos povos; só assim a Igreja Católica, conseguirá reafirmar-se na vanguarda dos que defendem um Mundo justo.
São João Paulo II despertou a Juventude; sabia que seriam eles a dar o início à esperada mudança, invertendo muitos dos comportamentos que são algumas das causas identificadas do empobrecimento, que tem provocado terríveis danos sociais, em que muitos deles são irreparáveis.
Francisco sabe que combater a pobreza vai ser uma tarefa árdua, mas não pode esperar mais; as palavras não matam a fome a mais de 150 milhões de Cristãos; e ninguém melhor que ele entende o sofrimento daqueles, que nasceram no berço da pobreza; em que 90% tem sido herdada de gerações em gerações, num ciclo de tragédias familiares, que levaram à perda da esperança em atingir um futuro diferente.
O Papa está decidido a lançar este alerta até ao fim do seu Pontificado; a paz no mundo só será alcançada com um equilíbrio na repartição de bens, que leve à erradicação da fome no Planeta.
Um dos Continentes com incidência deste flagelo a curto prazo será a Europa, que foi o berço da civilização e do Cristianismo.
São João Paulo II foi o grande precursor da abertura a leste, com o movimento solidariedade na Polónia, que esteve na origem da queda do muro de Berlim; nessa missão Bento XVI esteve sempre a seu lado, e iria ser um Papa de transição por duas razões; São João Paulo II não era de fácil substituição e Bento XVI nasceu alemão, tendo se alistado na força aérea do seu país aos 14 anos de idade.
Desde o início do seu Pontificado, que Francisco I vem alertando a comunidade internacional de que muitos países estão a empobrecer a um ritmo muito perigoso; uma situação explosiva, que poderá levar a conflitos de consequências imprevisíveis; onde a sua autoridade moral, terá sempre um papel de mediador.
O mundo Cristão tem os olhos postos neste homem, que continua a dar provas de uma grande humildade, e decidido a marcar a diferença dos seus antecessores.
O Papa Francisco sente desde o início ter uma missão a cumprir; que é sensibilizar o Mundo para o flagelo da fome, da intolerância e desigualdade; aparecendo no momento certo, para deixar uma réstia de esperança aos injustiçados na Terra.
OBS: À juventude de todo o Mundo; em particular a Cristã que terá em suas mãos a difícil decisão de inverter o terrível paradigma, que é a humanidade escolher os caminhos da solidariedade entre povos, ou optar pela degradação social e desigualdades a todos os níveis, que nos conduzirão com toda a certeza à confrontação em larga escala; que numa situação de desespero entrará como último recurso as armas de destruição massiva, que conduzirá o Planeta Terra ao “inverno nuclear”, e a longo prazo a mais que provável extinção da espécie humana.
Joaquim Vitorino