A maior aventura do homem aconteceu há 55 anos
A Lua foi sempre vista pelos humanos, como um local misterioso e inatingível; que ao longo da história do homem desencadeou mistérios e medos, sonhos e paixões, com promessas eternas de amor feitas ao luar.
Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins, tiveram a missão de levantar o véu de todo o ocultismo, beleza e terror que a Lua representou para os humanos durante dezenas de milhares anos.
A 20 de Julho de 1969, os três heróis da missão Apollo chegaram à Lua onde dois deles a “pisaram” pela primeira vez; foi um pequeno passo para o homem mas um salto gigante (palavras de Neill Armstrong), no grande desafio que ele terá que enfrentar, para salvar a sua espécie da extinção.
Para dar continuidade à grande Odisseia que teve início com a conquista da Lua em 1969; foram construídos nas últimas décadas vários instrumentos científicos para nos dar a conhecer o Universo profundo, e o que na verdade se teria passado antes de todos os tempos; muito para além do “Universo em que vivemos”.
O Telescópio Espacial James Webb é o mais sofisticado instrumento científico construído pelo homem até hoje; está em orbita a 1.5 milhões de quilómetros da Terra, onde as temperaturas rondam o zero absoluto 273,15 graus celsius negativos, a quatro distâncias da Terra à Lua.
Desde tempos imemoriais em que ainda vivia nas cavernas, que o homem olha a Lua com deslumbramento e encanto; e desde que existe a escrita que o satélite natural da Terra, passou a ser mencionado em livros, crónicas, jornais e banda desenhada; com textos que encheram os corações dos humanos de sentimentalismo romântico, de fantasias, e de ilusões e medos.
A lua terá a idade da Terra 3,82 mil milhões de anos aproximadamente, e encontra-se a uma distância média de 385.000 quilómetros.
A ida do homem à Lua foi ao tempo um grande desafio, com um elevado risco para as vidas dos Astronautas; e elevadíssimos custos que foram aceites com entusiasmo pelos americanos, que ao tempo tinham um Presidente com visão no futuro, e também uma grande ambição pessoal; cuja rivalidade com a União Soviética na conquista pelo Espaço, era ao tempo mais para fins militares, do que propriamente científicos.
Mas não foi apenas essa a interpretação da comunidade científica do maior acontecimento protagonizado pelo homem até hoje; porque pisar o solo da Lua foi um teste para uma ambição mais alargada, que é o ensaio para os humanos estabelecerem uma colónia em Marte, para no futuro que não será muito longínquo, podermos salvar a nossa espécie da ameaça de extinção; para isso, será necessária mais evolução tecnológica para que as viagens interplanetárias Terra-Marte encurtem no tempo.
O Planeta Marte será a curto prazo, um refugio para espécie humana sobreviver algum tempo.
Lembro que uma viagem a Marte é 152 vezes a distância da Terra à Lua, e o acontecimento de colocar o primeiro humano na Lua só foi possível, porque existiu um interregno conhecido como “guerra fria”, período esse que levou a Rússia e os EUA a competir pela supremacia Espacial; tendo a Rússia em 1957 colocado o primeiro homem em órbita terrestre “Iuri Gagarin”, e os Estados Unidos da América o primeiro homem na lua Neil Armstrong a 20 de Julho de 1969; numa missão fantástica que acompanhei sempre com entusiasmo, quando estava emigrado com a minha família no Reino Unido há precisamente 55 anos.
A decisão de colocar o primeiro humano na Lua foi um empreendimento titânico, face às condições tecnológicas da época; e para termos uma ideia das dificuldades a todos os níveis de há 55 anos atrás, países como a Rússia e a China e também a União Europeia, ainda não conseguiram repetir o feito dos americanos.
Os riscos humanos envolvidos na missão Apollo, ainda hoje não são totalmente do conhecimento da população mundial; sabe-se por exemplo, que a possibilidade dos Astronautas perderem a vida era bastante elevado; como também toda a viagem que durou quase 8 dias na (ida e regresso), e houve quem na NASA tenha dito, que as probabilidades de algo correr mal, eram uma grande preocupação dos principais responsáveis pelo arrojado projeto..
A Terra é um Planeta repleto de Vida, mas as condições de habitabilidade estão a deteriorar-se muito rapidamente, face à degradação climática; uma consequência do consumismo sem regras, a que se junta o crescimento da população mundial, que atingiu os 8000 milhões recentemente.
O período da “guerra fria”, foi determinante para que o esforço científico e financeiro fosse direcionado para a conquista do Espaço entre as duas potências dominantes americanos e russos, pelo domínio do espaço onde os Satélites iriam desempenhar um papel de importância máxima na defesa dos dois blocos em conflito (União Soviética e Estados Unidos da América).
O Foguetão Saturno V, que lançou a Apollo XI com os 3 Astronautas.
Esta grande aventura, foi apenas o princípio da grande odisseia de que os humanos vão ser protagonistas; levando através das máquinas que vamos construir no futuro, a informação do nosso posicionamento na Galáxia, para que possamos dar a conhecer quem fomos?, ou quem somos; e também, dar a possíveis inteligências nossas periféricas na Galáxia a nossa posição, a notícia de que eles não estão sós na vastidão do cosmos; e que nós estamos aqui para no futuro os podermos ajudar quem sabe, na sobrevivência da sua civilização ou espécie, que não tem que ser de modo algum semelhante a nós humanos.
O Observatório Monte Palomar em San Diego Califórnia, foi ao tempo uma “peça fundamental” na conquista da Lua.
É neste contexto; que a chegada do homem à Lua há 55 anos e a missão do Telescópio Espacial James Webb, é uma esperança para a espécie humana no longo caminho da sobrevivência; o projeto é de 1989 imediatamente anterior ao lançamento do famoso Telescópio Espacial Hubble, que está ao serviço há 30 anos.
OBS: Recordo nesta minha Crónica; as palavras deixadas pelo comandante da missão Apollo 11 na superfície lunar, (viemos em paz em nome de toda a humanidade); só que, o homem ainda nem sequer conseguiu pacificar o seu Planeta; os dois conflitos em curso, e a grande assimetria social existente na Terra são a prova, do grande perigo para os possíveis contatos extraterrestres.
Joaquim Vitorino – Astrónomo Amador