Pharma Mar: Comunicado de Imprensa

O cancro do pulmão de pequenas células (CPPC), um tipo altamente agressivo e muitas vezes negligenciado que, explica Marta Soares, médica Oncologista e Coordenadora da Clínica de Patologia Pulmonar e Torácica do IPO Porto, “representa cerca de 14% dos cancros do Pulmão e que da totalidade dos doentes, apenas um terço tem doença localizada na altura do diagnóstico, sendo possível um tratamento curativo”1sublinhando a natureza agressiva deste tumor que se multiplica muito rapidamente e metastiza precocemente para outras partes do corpo.

Apesar dos desafios, nos últimos anos, surgiu um novo paradigma para estes doentes, graças ao aumento da investigação sobre este tipo de cancro ainda desconhecido.

Este tipo de cancro está intimamente ligado ao consumo de tabaco, sendo que 95% dos doentes são ou já foram fumadores, segundo um estudo nacional em hospitais de Norte a Sul do país efetuado para a Pharma Mar. Os sintomas – tosse persistente, dor no peito, falta de ar, tosse com sangue, fadiga e perda de peso sem causa conhecida – iniciais podem ser ligeiros ou confundidos com problemas respiratórios comuns, como asma ou DPOC, o que leva a um diagnóstico tardio. “Os sintomas iniciais, como tosse ou cansaço, são muitas vezes desvalorizados pelos próprios doentes, especialmente fumadores, que já estão habituados a estes sinais. Por isso, o tumor é com frequência detetado num estado avançado, com doença metastizada”, salienta Marta Soares.

As abordagens terapêuticas para o CPPC, especialmente no estádio extenso, são muito escassas, com progressões muito precoces. O mesmo estudo demonstra que em cada 10 novos diagnósticos, sete apresentam doença extensa, e que, para quase 20% das pessoas com doença extensa, o mercado não oferece uma opção de tratamento “válida” ou suficiente, impedindo-as de sequer iniciar uma primeira linha de tratamento.

Embora o tumor classicamente responda bem ao primeiro tratamento (quimioterapia e radioterapia), rapidamente reaparece.

“A elevada proporção de pacientes que não conseguem receber linhas de tratamento subsequentes destaca a importância de desenvolver estratégias de tratamento eficazes no contexto de primeira linha para melhorar o prognóstico dos pacientes com esta doença agressiva e difícil de tratar”, refere a especialista. Porém, apesar dos desafios, nos últimos anos, surgiram avanços significativos: “este ano foram também apresentados dados de novas estratégias que demonstraram uma redução do risco de progressão da doença ou morte, traduzindo-se num benefício de sobrevivência”, acrescenta.

Do ponto de vista dos doentes, estes avanços são recebidos com esperança. A presidente da Associação PULMONALE, Isabel Magalhães, afirma que “as alternativas de tratamento para o CPPC têm sido historicamente limitadas comparativamente a outros tipos de cancro do pulmão. Qualquer evolução terapêutica que possibilite mais qualidade de vida aos doentes é de extrema importância.”

A presidente da associação reforça ainda que “a sensibilização é crucial, não só porque o CPPC é um dos cancros com maior taxa de mortalidade, mas também porque se trata de uma doença em grande parte evitável. A prevenção primária e a capacidade de reconhecer os sintomas devem ser transversais a todos os tipos de cancro do pulmão.”

                —///—

Jornal Diário Digital vila de Rei

J. Vitorino – Jornalista Diretor

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *