PALESTRA EM CAFÉDE – Nota de Imprensa
A Cooperativa Pinacoteca e a Associação Raia Gerações, organizaram uma palestra na sede da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa (ADCR) de Caféde, no dia 19 de Outubro de 2025, subordinada ao tema “O Bordado de Castelo Branco”. As oradoras convidadas foram a Celeste Ribeiro, que há vários anos se dedica à investigação do Bordado de Castelo Branco, e a Sara Valério responsável pelo Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco.
Neste evento que teve o apoio da ADCR de Caféde, além das oradoras Celeste Ribeiro (colaboradora da Câmara Municipal de Castelo Branco) e Sara Valério (colaboradora da ALBIGEC), esteve o representante da Cooperativa Pinacoteca e Associação Raia Gerações, Luís Duque-Vieira, por parte da Direcção da ADCR de Caféde: Eduardo Prata (Presidente), Ana André Prata, Paulo Silva, Cecília Rodrigues, Clementina Prata, Paula Prata e António Guelha Rosa. Esta palestra teve a presença de 21 participantes: Caféde, Póvoa de Rio de Moinhos, Castelo Branco, São Vicente da Beira, Vila Boim (Elvas), Lisboa e Coimbra.
CELESTE RIBEIRO, referiu o contexto histórico do Bordado de Castelo Branco. A origem desta arte artesanal remonta ao Século XVII, com origens do Oriente, nomeadamente a China e a Índia; antes da I Revolução Industrial de 1750, havia muitos artesãos do sexo masculino, sendo homens livres e escravos.
Com a industrialização o trabalho artesão começou a ser executado em grande maioria por mulheres com fim de acrescentar mais dinheiro para o sustento familiar; no Estado Novo – II República, António Ferro (1895-1956), pessoa de elevada cultura, teve em atenção o Bordado de Castelo Branco, como referência à cidade, aliás o Bordado de Castelo Branco esteve presente na exposição do Mundo Português de 1940; nos anos 50 do Século XX, houve uma Oficina do Bordado de Castelo Branco na cidade; Clementina Carneiro Mouro (1898-1992), pessoa opositora ao regime do Estado Novo, promoveu o Bordado de Castelo Branco em outros países nomeadamente em Londres (Inglaterra – Reino Unido); em 1977 António Salvado (1936-2023) promove o Bordado de Castelo Branco, criando uma Oficina no Museu Francisco Tavares Proença Júnior (anteriormente o Bordado de Castelo Branco estava a cargo da Mocidade Portuguesa); existe um Hino sobre o Bordado de Castelo Branco, mas não se sabe quem é a autora ou autoras.
SARA VALÉRIO, referiu o contexto actual do Bordado de Castelo Branco (continuação e inovação), que desde 2017 está nas instalações do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco (edifício que foi a Domus Municipalis, Biblioteca Municipal, e Cadeia); o projecto de divulgação do Bordado de Castelo Branco tem estado muito activo; o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco tem actualmente 5 bordadoras a tempo-inteiro, onde se verifica as várias fases deste produto regional / artesanal: Tear Tradicional, Peças Contemporâneas, Praça do Bordado, Auditório, Ciclo da Seda, Ciclo do Linho e Oficina-Escola; as peças do Bordado de Castelo Branco são vendidas para Portugal e vários países, aliás existe uma pequena loja na cidade (CIBCB – ponto de Venda) para esse efeito; destacasse a manutenção do estilo artesanal na composição da peça (produto final), tendo em conta os materiais e matérias-primas; 2018 – conclusão do Certificado do Bordado de Castelo Branco; 2020 – uma cantora alcainense – Valéria Carvalho (1997) exibe um vestido em Bordado de Castelo Branco no Festival da Canção, desenhado pelo estilista Dino Alves (1967); 2023 a Fundação Aga Khan adquiriu uma peça do Bordado de Castelo Branco; 2023 – Integração do Bordado de Castelo Branco nas Cidades Criativas da UNESCO na Categoria de Artesanato e Artes Populares; 2024 – a loja Cartier em Lisboa adquiriu uma peça do Bordado de Castelo Branco; 2025 – Inscrição do Bordado de Castelo Branco no Inventário Nacional Cultural e Imaterial (Inventário Nacional do Património Imaterial)
—///—
Jornal Diário Digital Vila de Rei
Joaquim Vitorino – Jornalista Diretor