E-ELT: Olho do Universo, por J. Vitorino

A maior epopeia humana no futuro, é salvar a nossa espécie da extinção.

Quando este colosso dos céus estiver concluído, o E- E L T (European Extremely Large Telescope) será o maior instrumento científico construído até hoje; e constituirá um grande salto na investigação, que nunca levou o homem tão longe em busca das suas origens; e de outras eventuais civilizações que ao longo de milhares de milhões de anos se desenvolveram e extinguiram.

O observatório Astronómico Europeu do Sul ESO, vai dar início ao mais ambicioso projeto de todos tempos no campo da astronomia e astrofísica, envolvendo áreas da biologia, inteligência extraterrestre e vida na Galáxia que habitamos a Via Láctea.

Se existe ou existiu vida numa zona periférica de 15.000 anos luz, é muito provável que o seu desenvolvimento tecnológico não fosse insuficiente em tempo, para evitar a extinção das suas espécies.

É extremamente improvável, que eventuais civilizações tenham florescido em simultâneo com a terrestre algures na nossa Galáxia Milky Way; mas admitindo que elas existiram, provavelmente envolveram-se em disputa por planetas colonizáveis, e também para obtenção de recursos para sobreviverem.

A população humana já atingiu os 8.000 milhões e terá um futuro muito semelhante; numa situação de grande carência alimentar, e de outras como a energética e as alterações climáticas, levará a espécie humana a mudar radicalmente as suas condições de vida, onde a taxa de natalidade sofrerá uma redução drástica, até estarmos preparados para darmos o salto para Marte; que servirá de entreposto para o caminho das estrelas mais próximas.

A colonização de Marte pelo segundo Humano a pisar o solo Lunar, o ex-Astronauta Buzz Aldrin é um exemplo a considerar.

A existência de água nas calotes de gelo e no subsolo de Marte, deixa-nos uma débil esperança de sobrevivência; mas temos que enfrentar uma grande adversidade, que é o nosso atraso em todos os domínios; embora muitos pensem o contrário, ainda estamos muito longe de nos podermos lançar numa grande epopeia interplanetária, que num futuro longo nos levará para além do nosso sistema Solar.

O Século XXI vai ser decisivo para que os humanos tomem medidas a nível do ambiente e também demográfico; o E-ELT com as suas preciosas informações, irá leva-nos até acontecimentos cósmicos com pelo menos 13.77 mil milhões de anos; a idade que astrónomos e astrofísicos pensam ser a do BIG BANG.

A ciência irá levar-nos aos primeiros momentos do nascimento da matéria, e a formação das Estrelas e Planetas; o que existia antes, talvez nunca chegue ao nosso conhecimento, e se estamos perante um ciclo de contração e expansão, e como teria sido o início de tudo.

O E-ELT é o mais arrojado investimento na investigação da astronomia e astrofísica, de que Portugal é um dos países associados, veio dar um grande orgulho à nossa comunidade científica.

Não nos podemos esquecer, que fomos pioneiros em muitos dos grandes feitos que configuram a atual civilização no nosso Planeta, que ainda preserva uma forte influência da Europa; com uma grande componente, que na era quinhentista os navegadores portugueses transportaram nas suas Naus.

O E-ELT que será o maior telescópio ótico do Mundo, está a ser construído a 3.000 metros de altitude na Montanha do Atacama no Chile, e a sua construção está em bom ritmo.

A sua observação terá 15 vezes a capacidade do maior telescópio existente; só o espelho central custará 1.200 milhões de euros, e terá 39 metros de diâmetro e irá ser colocado num suporte com 100 metros de altura; as imagens que nos vai proporcionar, muitas delas restritas à comunidade científica, vão ser fundamentais na busca da origem do Universo, na sobrevivência da nossa espécie, e qual o papel que nós humanos representam no complicado puzzle, em que a matéria cósmica deu lugar à vida e à inteligência.

Quando este Olho do Universo que custará aos contribuintes Europeus cerca de 5.000 milhões de euros, começar a transmitir para a Terra toda a informação que os cientistas aguardam com ansiedade, provavelmente implicará uma grande mudança no conceito da humanidade sobre o Universo.

OBS: A Carl Sagan 1934 – 1996, o Astrónomo e Astrofísico que no século XX mais escreveu sobre o tema; 20 livros e mais de 500 publicações. (Prémio Pulitzer em 1978 pelo seu livro Dragões do Éden). E também a Nicolau Copérnico 1473 – 1543, e a Galileu Galilei 1564 – 1642, os primeiros Astrónomos a defender o Heliocentrismo.

 

J. Vitorino – Diretor – Astrónomo Amador

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