Os nossos descendentes, por J. Vitorino

As cimeiras do clima e do ambiente, nunca foram levadas rigorosamente a sério pelos responsáveis que mais poluem.

A exemplo: no momento em que o representante de uma das economias emergentes que mais tem contribuído para a contaminação do Planeta discursava, o seu país encontrava-se em alerta vermelha, sob uma gigantesca nuvem de poluição.

Mas não podemos culpar só aqueles que são presentemente os maiores poluidores como a China, os EUA, a Índia, o Japão e o Brasil, porque foi na Europa que nasceu a primeira revolução industrial; por isso, todos os países têm a sua quota na degradação do ambiente; sendo que, ao consumirmos os produtos desses mesmos países, estamos a contribuir cada vez mais para a catástrofe ambiental, que o consumismo das energias fósseis está a causar ao nosso habitat “a Terra”.

A nossa civilização tecnológica, ainda está longe de atingir o seu vértice; contudo pode dizer-se, que já ultrapassou a fase da dependência dos combustíveis fosseis, sendo urgente acelerar o fim da sua utilização que nos últimos 300 anos tem destruído o Planeta, e dar o passo decisivo para as energias limpas sem as quais, a Terra que foi o berço do homem entrará numa situação de não retorno; onde o “colapso ambiental”, se irá sentir em várias frentes.

Os alertas climáticos, para além de serem mais frequentes têm sido mais fortes e alguns devastadores; como foi o caso dos tufões Catrina e Koppu, e mais recentemente nas Filipinas, Madagascar e Moçambique; exemplos que são uma ponta do Iceberg, se o imaginarmos numa “negra perspectiva”, em que centenas de milhões de humanos terão que enfrentar secas prolongadas, com as consequências que daí advêm, como a falta de água e a carência alimentar.

A grande falha a apontar nas Cimeira do clima, é a ausência dos mais conceituados climatologistas e ambientalistas, para fixar cientificamente os prazos limites das medidas a tomar, sem as quais o processo de deterioração do Planeta será irreversível.

Por ironia, quanto mais grave é a situação climática, maior será a necessidade de os humanos avançarem nos domínios da robótica, para que em casos extremos que teremos que enfrentar, fazermos avançar as máquinas, que suportam o frio e o calor extremos em substituição do trabalho humano.

Este passo abrirá caminho no futuro que não será muito distante; ao completo domínio e dependência do homem, face à máquina que ele próprio construiu.

No início, a sua utilização é encarada de uma grande utilidade, que começará por cumprir objetivos determinados em parceria com o “seu criador” o homem; mas a sua evolução em tecnologia exigida pela sociedade de consumo e da situação climática, levarão ao seu uso generalizado na exploração de minérios à superfície e no subsolo, na agricultura e nas pescas, e também no controle do tráfico e dos cidadãos, através de drones ou chips implantados nos humanos.

Cidade chinesa sob nuvem de poluição

As máquinas no futuro, já não dependerão de nós; porque se auto reproduzem, e podem trabalhar ininterruptamente em condições inimagináveis; provocando inicialmente um caos no desemprego, e seguidamente a inutilidade dos humanos; levando num futuro mais longínquo, a nossa espécie à extinção final.

Pedidos de socorro serão enviados para as estrelas, porque as máquinas inteligentes assim as programaram, e os humanos nunca terão condições para fazer viagens interestelares; os primeiros contatos “extraterrestres” se existirem, serão feitos entre robots construídos por civilizações há muito extintas.

Nós os humanos; até podemos chegar a Marte ou às Luas de Júpiter, mas não mais distante do isso.

O agravamento das condições climatéricas não nos deixa outra alternativa, que não seja a construção de máquinas para nos substituírem; as mesmas que um dia, ditarão o fim da nossa civilização.

Os próximos 500 anos (20 gerações) serão cruciais, para se saber se as máquinas que os humanos construíram, ficarão para o futuro como os nossos únicos descendentes.

J. Vitorino – Jornalista Diretor

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