Portugal, as comunidades e a emigração
Portugal, as comunidades e a emigração.
Portugal é dos países mais bem representados no Mundo pelas suas comunidades, fruto de uma expansão que começou há 604 anos. Os territórios sobre o domínio português, chegaram a ter uma dimensão 130 vezes superior.
A conquista de Ceuta (21 de Agosto de 1415) deu início à expansão portuguesa e também à deslocação do povo português.
A migração foi ao longo da história um dos maiores dramas da humanidade, mas também tem sido a grande transmissora de conhecimento e intercâmbio entre povos oriundos de diversos pontos do Planeta, que a emigração contribuiu para a paz e a prosperidade de outros povos; onde muitos deles, se fundiram e formaram uma única Nação.
Portugal teve um papel influente nas culturas de muitos países; alguns já não falam a nossa língua, mas ainda conservam muitas das nossas raízes culturais.
Têm sido vários os motivos, que estiveram na origem das grandes vagas migratórias em todo o Mundo, que em alguns casos obrigaram Nações inteiras a deslocarem-se; as causas subjacentes a esta tragédia milenar que também é referenciada na Bíblia, foi sempre uma constante da espécie humana desde que abandonou a África de onde é oriunda, para depois se espalhar por todos os continentes da Terra.
As mudanças climáticas e a busca por alimento, a que se juntam as guerras e as catástrofes epidémicas, foram durante milénios determinantes para a migração dos povos, e constitui uma marca indelével na sobrevivência da nossa espécie.
Há uns 12 mil anos o homem optou pela sedentarização, começando a fixar-se em locais onde as condições alimentares fossem as mais adequadas, defendendo assim o seu espaço e lutando para o conservar; foi assim que nasceram as Nações, com todas as diferenças de raças culturas e línguas.
Portugal que já foi um Império e que atualmente é o país com as mais velhas fronteiras da Europa, teve sempre o seu povo em deslocação contínua por várias razões; uma delas foi a necessidade de manter um vasto território além das fronteiras, e outras circunstâncias estão associadas à sobrevivência do seu povo. Foram muitas as ocasiões em que os portugueses foram forçados a sair em busca de uma vida mais digna; sendo ainda hoje essa opção para dezenas de milhares de jovens licenciados, que elevaram a emigração portuguesa a um estatuto de elite da migração Mundial, mas que deixa o país todos os dias um pouco mais pobre. A reposição demográfica dos que partem, deu origem a que Portugal fosse nos últimos anos escolhido por migrantes de países que optaram por Portugal pra se fixarem e constituírem família no nosso país que passa também a ser o deles; neste dia das comunidades portuguesas damo-lhes as boas vindas.
É neste contexto, que o nosso país tem o dever de receber migrantes que procuram trabalho e viver dignamente em Portugal.
A motivação que em 1992 pesou na vinda de muitos migrantes para Portugal foram os grande eventos que iriam ter lugar a seguir no nosso país como a Expo 98 e o Euro 2004 de futebol, que revitalizaram a economia portuguesa e lançou Portugal na boca do Mundo; o que posteriormente deu origem a que na década seguinte muitos portugueses, subissem ao topo de grandes Instituições na Europa e no Mundo. Muitos dos migrantes que escolheram Portugal foram exemplos de luta pela sobrevivência, imposta pelo meio social que muitos deles tinham nos seus países de origem.
É neste contexto que a emigração, não é de todo um drama porque deixou marcas indeléveis do nosso passado, como país globalizante e conquistador.
João I foi ao conquistar Ceuta, o Rei que deu o tiro de partida para que os portugueses fossem o povo com mais representação em todos os Continentes, chegando a controlar mais de metade do Mundo conhecido na época quinhentista.
Hoje Portugal é sem sombra de dúvida o país, que em percentagem dos residentes, tem mais população para além das fronteiras.
OBS: a D. João I, foi o grande obreiro da independência de Portugal, vencedor de várias Batalhas como a de Aljubarrota na crise de 1383 – 1385, colocou Portugal na frente da globalização do Mundo, que deu origem às nossas comunidades que hoje tão bem nos representam.
J. Vitorino – Jornalista
Diretor do Vila de Rei