EDITORIAL – A maior odisseia do Homem
Lua a grande conquista do Homem
A Lua sempre foi vista pelos humanos como um local misterioso e inatingível; que ao longo da história do homem desencadeou mistérios e medos, sonhos e paixões, com promessas eternas de amor feitas ao luar.
Neil Armstrong e Buzz Aldrin tiveram a missão de levantar o véu de todo o ocultismo de beleza e terror, que a Lua representou para a humanidade, desde que saímos das cavernas do Lago Tanganica há um milhão e meio de anos.
A 20 de Julho de 1969 os três heróis da missão Apollo 11 chegaram à Lua, onde dois deles a “pisaram” pela primeira vez; um pequeno passo para o homem (disse Armstrong), mas um salto gigante no grande desafio que ele terá que enfrentar para no futuro salvar a sua espécie.
O Foguetão Saturno V
Desde tempos imemoriais em que ainda vivia nas cavernas, que o homem olha a Lua com deslumbramento e encanto; e desde que existe a escrita que o satélite natural da Terra, passou a ser mencionado em livros, crónicas, jornais e banda desenhada; com textos que encheram os corações dos humanos de sentimentalismo romântico, de fantasias, e de ilusões e medos.
Eu vivi a minha infância e adolescência numa aldeia sem iluminação, e ainda hoje recordo as noites encantadas de Lua-cheia; sendo essas recordações que despertaram em mim, a paixão pela Astronomia e estudo das Estrelas, Galáxias e Universo em geral.
A lua terá a idade da Terra 3,82 mil milhões de anos aproximadamente, e encontra-se a uma distância média de 385.000 quilómetros.
A ida do homem à Lua foi ao tempo um grande desafio, com um elevado risco de vidas e custos aceites com entusiasmo pelos americanos, que ao tempo tinham um Presidente com visão no futuro e também uma grande ambição pessoal, cuja rivalidade com outra Nação na conquista pelo Espaço, mais para fins militares do que propriamente científicos, determinaria que americanos e russos iriam contribuir por motivos diferentes, para que o homem chegasse à Lua a 20 de Julho de 1969.
Mas não foi apenas essa a interpretação da comunidade científica, do maior acontecimento protagonizado pelo homem até hoje; porque pisar o solo da Lua foi um teste para uma ambição mais alargada, que é o ensaio para os humanos estabelecerem uma colónia em Marte, para no futuro que não será muito longínquo, podermos salvar a nossa espécie da ameaça de extinção; para isso, será necessária mais evolução tecnológica, para que as viagens interplanetárias Terra-Marte encurtem no tempo.
A chegada da Lua
Lembro que uma viagem a Marte é 152 vezes a distância da Terra à Lua, e o acontecimento só foi possível porque existiu um interregno conhecido como “guerra fria”, período esse que levou a Rússia e os EUA a competir pela supremacia Espacial, tendo a Rússia em 1957 colocado o primeiro homem em órbita terrestre “Iuri Gagarin”, e os Estados Unidos da América o primeiro homem na lua a 20 de Julho de 1969; numa missão fantástica que acompanhei sempre com entusiasmo, quando estava emigrado com a minha família no Reino Unido há precisamente 53 anos.
Colocar o primeiro humano na Lua foi um empreendimento titânico, face às condições tecnológicas da época; e para termos uma ideia das dificuldades a todos os níveis de há 53 anos atrás, países como a Rússia e a China, e também a União Europeia que hoje estão muito mais avançados, mas que ainda não conseguiram repetir a proeza dos americanos.
Os riscos envolvidos na missão Apollo, ainda hoje não são totalmente do conhecimento da população mundial; sabe-se por exemplo, que o risco de vida para os Astronautas que iam pisar a Lua era bastante elevado; como também toda a viagem que durou quase 8 dias na (ida e regresso), e houve quem na NASA tenha dito que a probabilidade de risco de vida para os Astronautas seria muito elevada.
Estávamos no período da “guerra fria”, que foi determinante para que o esforço científico e financeiro, fosse direcionado para a conquista do Espaço entre as duas potências dominantes americanos e russos, pelo domínio do espaço, onde os Satélites iriam desempenhar um papel de importância máxima na defesa dos dois blocos em conflito, a (União Soviética e Estados Unidos da América).
A conquista da Lua, foi também um sonho meu de criança que transportei para adulto; tendo sido o primeiro em Portugal a assinar a revista mensal Astronomy editada nos Estados Unidos; e que na época o News of Filadélfia teve a gentileza de me oferecer um ano de subscrição, com as empolgantes notícias dos programas que se seguiram à chegada do primeiro homem à Lua.
Esta grande aventura foi apenas o princípio da grande odisseia de que os humanos vão ser protagonistas; levando através das máquinas que vamos construir no futuro, a informação do nosso posicionamento na Galáxia, para que possamos dar a conhecer quem fomos? ou quem somos; e também dar a conhecer a possíveis inteligências periféricas na Galáxia, de que eles não estão sós na vastidão do cosmos; e que os humanos estão disponíveis, para no futuro os podermos ajudar quem sabe, na sobrevivência da sua espécie.
O século XX ficou para a posteridade, como aquele em que o homem saltou da terceira revolução industrial para a tecnologia de ponta; com a invenção do transístor, rádio e o computador que tornaram possível ao homem ter chegado à Lua, lançando uma esperança para espécie humana, no longo caminho da sua sobrevivência.
Lembro que toda a tecnologia que tornou possível a ida do homem à Lua, nasceu no Vale do Silício (Sillicon Valley) na Califórnia USA, com destaque para a Universidade Stanford, e as grandes Startups que chegaram ao topo em São Francisco, Santa Clara, São José e Palo Alto.
Recordo as palavras deixadas pelo comandante da missão Apollo 11 na superfície lunar, (viemos em paz em nome de toda a humanidade).
Joaquim Vitorino – Astrónomo Amador