Um Grito de Portugal, por J. Vitorino
Portugal vai brevemente a votos; os arautos já andam numa azáfama de promessas, que sabem muito bem ser impossível de cumprir.
Os portugueses têm que encarar o futuro com um pouco de mais otimismo, para que possamos descolar da pobreza que atingiu a maioria da população.
Portugal regrediu nos últimos anos; não obstante todos os sacrifícios fiscais, que foram impostos aos portugueses pelos últimos governos de iniciativa socialista; para o qual tem contribuído a vaga de emigração qualificada, e também a fraca qualificação profissional dos portugueses; aliada à pouca ambição pessoal que é a principal motivadora, para que o país tenha ânimo para retomar o caminho do desenvolvimento.
Nos últimos anos perdemos o prestígio que tínhamos como um povo empreendedor, arrojado e produtivo; como provam as grandes empresas que no passado recente, prestigiaram o nosso país em todo o Mundo.
É incompreensível que em tão pouco tempo, Portugal se tenha transformado num dos países mais pobres da união europeia, uma situação que tem que ser invertida; mas essa decisão ainda continua nas mãos de quem há quase 50 anos, tem assumido o destino de Portugal e dos portugueses.
Foram décadas de interesses pessoais e ideológicos que estiveram sempre presentes; a que se juntaram alguns fatores externos, como a crise económica 2008/2015, e mais recentemente a pandemia Covid-19; o que não chega para justificar a enorme queda de Portugal, num espaço tão curto de tempo.
As causas subjacentes a este drama estão mais que identificadas, porque todos os dias os portugueses são confrontados com elas; sendo o momento certo de (Portugal dar um Grito) e dizer; chega de corrupção, de desonestidade, incompetência e compadrio.
É por isso que as próximas eleições de 10 de março, são determinantes para podermos deixar alguma esperança às futuras gerações.
É uma obrigação que temos para com elas; é por isso que ficar em casa e não ir votar é ser conivente com aqueles, que há quase 50 anos andam a destruir o sonho dos portugueses, que é sair da cauda dos países mais pobres da Europa.
Muitas das Instituições que têm cobertura de constitucionalidade como Fundações, estão há muito tempo desenquadradas da realidade portuguesa; funcionando como prolongamento de regalias e privilégios, adquiridos em cargos públicos; um entrave à nossa recuperação económica, que é fundamental para Portugal sair deste entorpecimento produtivo, onde quase tudo o que consumimos é importado.
Com excepcão do produto saído das nossas universidades, que são (os recém licenciados); o que ainda vai agravar mais o fosso, que nos separa dos países ricos da Europa.
É um quadro muito desmotivador, para quem oficialmente nos representa fora do país o (corpo diplomático); e também os nossos emigrantes, que muito dignamente nos representam além-fronteiras; mas que ultimamente são vistos, como os novos mendigos europeus.
Enquanto os dois principais partidos PS/PSD continuarem o conflito de interesses que dura há dezenas de anos, o que tem sido uma barreira à nossa recuperação, Portugal e os portugueses vão empobrecendo; só um entendimento destas duas forças políticas, seria o caminho certo, para erradicar a pobreza em Portugal; pelo que é tempo de novas opções, como um regime presidencialista por exemplo; onde seriam escolhidos para governar não os mais votados mas sim os melhores, porque a decisão seria do Presidente; uma norma que só funciona, nas verdadeiras democracias o que não é o caso.
O desequilíbrio e desproporcionalidade entre rendimentos pagos pelo mesmo trabalho, está na origem de muito do descontentamento que não beneficia o desenvolvimento do nosso país; que ainda está sufocado por grupos e pessoas que não abdicam dos privilégios; alguns deles adquiridos, à custa do empobrecimento da maioria dos portugueses.
O grito surgirá vindo da classe média, que tem sido a mais penalizada nos últimos anos; sendo urgente a sua recuperação para estar na linha da frente, na difícil tarefa de colocar Portugal nos caminhos do desenvolvimento e do progresso.
OBS: Aos nossos jovens, crianças e idosos; e ao que resta da classe média que nos últimos anos, foi a mais brutalmente atingida.
J. Vitorino – Jornalista e Diretor