Portugal chegou a um estado de pobreza inaceitável; sendo urgente que o governo direcione todos os esforços, para alterar esta situação que nos envergonha a todos. —///—
Os últimos anos, foram os que mais negativamente marcaram o nosso país; foi uma geração que ainda está a ser avaliada, mas que vai ficar para a história como a pior de sempre.
Não me refiro aos que nasceram neste período; mas sim a todos aqueles, que com raras exceções tiveram responsabilidades, no estado da calamidade social e económica em que Portugal se encontra.
Não estão isentos de culpa, quem durante todos estes anos os legitimou no poder; com a entrega incondicional do seu voto.
Independentemente da crise que penalizou as economias ocidentais, Portugal teve todas as condições para ter saído dela como nenhum outro país; pois o que recebemos da comunidade e o que contribuímos, é 300% a nosso favor.
Foram mais de 9 milhões de euros diários que durante 25 anos entraram no nosso país; algumas dessas verbas, foram gastos em projetos de arrojada megalomania e risco, como autoestradas e estádios de futebol; em que alguns deles se tornaram em manifesta inutilidade; e não se fez um único investimento, a pensar no futuro a longo prazo.
É inacreditável que não obstante este rio de dinheiro a desaguar em Portugal desde a nossa adesão à comunidade Europeia, que Portugal ainda tenha contraído uma dívida pública de centenas de milhões de euros, condenando as próximas gerações à pobreza e ao subdesenvolvimento.
Os jovens portugueses, não se devem sentir culpados pela caótica situação em que o país se encontra, onde muitas das suas famílias foram severamente afetadas; eles são as principais vítimas, e a curto e longo prazo só os espera a emigração.
Com uma pequena exceção de 15% da classe média, que dentro de pouco tempo poderá deixar de existir; os portugueses deixaram-se levar durante anos, por promessas que despudoradamente os empurraram para o empobrecimento coletivo.
A gestão dos dinheiros públicos pelo Estado português, foi durante anos gerida como se um negócio de família se tratasse; criando dependências e hábitos que dificilmente alguns políticos por mais que tentem, nunca vão conseguir alterar o estado de calamidade em que nos deixámos cair; em alguns casos, os interesses instalados não serão de fácil mudança, porque entraram há muito tempo num ciclo de difícil retrocesso.
Os erros pagam-se por quem os comete, e muito especificamente por aqueles que os deixaram cometer; porque são estes últimos e as gerações futuras, que vão pagar a pesada fatura até ao resto das suas vidas; em 2024 o nosso país começou a “mexer um pouco”, mas insuficiente para o relançar no caminho da prosperidade do desenvolvimento e da inovação tecnológica, o grande desafio do futuro.
A aposta nos salários baixos é um retrocesso em qualquer economia; uma prática que só beneficia uma pequena parte da população, estando a esmagadora maioria condenada ao empobrecimento. Foi neste contexto, que a confiança nas atuais Instituições políticas foi seriamente abalada ao longo dos últimos anos.
Portugal tinha há 25 anos 5 classes sociais e neste momento está reduzido a três; com a pobreza a cair impiedosamente sobre os mais vulneráveis e carenciados, que são as nossas crianças, os jovens e os idosos.
A dívida pública não serviu para desenvolver o país, e colocou os portugueses em risco elevado de empobrecimento na vertente social e humana; nos últimos 10 anos perdeu-se uma geração, que no mínimo levará mais duas, para devolver um Portugal justo para todos os portugueses.
OBS: ÀS nossas crianças e jovens e às futuras gerações, a quem a atual vai deixar uma “mão cheia de nada”.
J. Vitorino – Jornalista – Diretor