Papa Francisco a voz da Esperança

Papa Francisco a voz da Esperança

 

Papa Francisco – a voz da Esperança

 

Vivemos na religião mais desigual do Mundo; foram palavras ditas pelo Papa Francisco quando se referia à grande assimetria social, que se vive dentro da comunidade Cristã de que ele é o líder máximo.

E também um dia afirmou, que muitos de nós trata melhor os seus cães, do que os seus irmãos.

Como eu compreendo Francisco, porque ambos sabemos o que é a pobreza; eu que a vivi na pessoa, e Francisco que conviveu diariamente com ela nos guetos pobres de Buenos Aires Argentina que é o seu país Natal.

Os verdadeiros cristãos, não podem deixar o Papa Francisco isolado com o “ónus” desta denúncia; porque quebra, toda a essência de valores e deveres de um cristão.

Francisco sabe que está em grande desvantagem face às forças em presença; que apostam na pobreza dos outros para fazerem fortuna, e ainda os que angariam os votos no meio dela para chegarem ao poder.

Não faz sentido que países como Portugal e Espanha, que há mais de 500 anos foram pioneiros no missionarismo, tenham em poucos anos transformado as suas Nações, nas maiores fábricas de pobreza do mundo cristão; onde se juntam a Itália e a Grécia.

Tem sido precisamente nestes países, onde ultimamente mais tem crescido o número de milionários; a grande maioria deles saídos das elites políticas, que em nome do socialismo e da social-democracia têm governado estes povos.

Através dos tempos a pobreza teve sempre destinatários e quem lucre com ela; mas não se justifica que nos dias de hoje, se assista à maior assimetria de sempre no mundo cristão; que tem o dever de marcar a diferença sem a qual, estamos a perverter os ensinamentos de Jesus.

O Papa Francisco “tocou frontalmente”, nos verdadeiros artífices da pobreza Mundial; ou mais concretamente naqueles, que nada fazem para a debelar porque tiram dela os vergonhosos benefícios.

Muitos fazem-no em nome das democracias, cujas leis são eles os próprios obreiros para enriquecerem à custa delas; tudo em nome da “liberdade”, do socialismo, e da democracia dos povos; onde muitos dos ideais resvalam para a ganância e a insensibilidade ao sofrimento alheio, em nome do poder do dinheiro que tudo compra; até a dignidade que muitos vão perdendo sem se darem por conta.

Francisco sabe que “Deus entrega as mais importantes Batalhas aos Seus melhores soldados”, mas ninguém vence sozinho na vida como um dia desabafou.

A dimensão de Francisco, há muito que ultrapassou a religião a que pertence que é o Cristianismo, e tornou-se na voz Universal dos povos; em prol da justiça, da igualdade e da fraternidade.

Francisco tenta sensibilizar o Mundo para o flagelo da fome, uma consequência da grande assimetria social que se vive no Planeta, que nunca sofreu como neste momento, uma tão grande concentração da riqueza; não só entre pessoas, mas também Estados.

Muita dessa assimetria não é do conhecimento público; e tem a haver com a riqueza do Planeta, que  está concentrada em apenas 62 pessoas; 8 das quais no seu conjunto possuem 426 mil milhões de dólares, tornando cada vez mais difícil e inacessível, a sua distribuição a quem vive no limiar ou na pobreza extrema.

Francisco está determinado, a romper com alguns velhos paradigmas dentro da própria Instituição a que Preside, onde a postura perante a situação dos migrantes lhe granjeou inimigos internos; mas ele é acima de tudo um missionário, que não irá desistir da sua missão; que é levar a esperança aos injustiçados, que já não são uma pequena minoria da população Mundial; que está na origem dos muitos conflitos em curso, e de outros “mais graves” que nos esperam.

A notícia da possibilidade de Francisco vir a renunciar é falsa; o Papa é um Homem corajoso, que não teme pela sua vida como várias vezes o demonstrou, ao fazer-se transportar em carro aberto em países como o Brasil e as Filipinas entre outros, e recentemente com uma arriscada visita ao Iraque; um país que tem sido o centro de conflitualidade religiosa.

O Papa Francisco é uma voz de esperança; e muito poucos foram aqueles, que estiveram tão perto de Deus como ele.

 

J. Vitorino – Jornalista  – Diretor

 

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